Economia

PIB: por que as previsões erram

A semana que termina foi marcada por discussões sobre o crescimento do país. Afinal, quando a economia brasileira voltará a crescer? E quanto ela crescerá em 2017? Nos últimos dias, o otimismo contido de meses atrás vem dando lugar ao pessimismo. O IBC-Br que é considerado a prévia do PIB, mostrou ontem que a economia brasileira […]

INDÚSTRIA: Índice que mede a ociosidade das fábricas se aproxima de seu pior nível em 15 anos, segundo a FGV / Agência Brasil

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DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 19h09.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h23.

A semana que termina foi marcada por discussões sobre o crescimento do país. Afinal, quando a economia brasileira voltará a crescer? E quanto ela crescerá em 2017? Nos últimos dias, o otimismo contido de meses atrás vem dando lugar ao pessimismo.

O IBC-Br que é considerado a prévia do PIB, mostrou ontem que a economia brasileira retraiu 0,78% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. A falta de melhora em indicadores como a venda de varejo e a produção industrial tem feito especialistas revisarem suas projeções para 2017. A equipe econômica do Bradesco, por exemplo, previa um crescimento de 1,5% em 2017. No início deste mês revisou o crescimento para 1%.

Em evento na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o governo vai divulgar nova projeção para a economia em 2017, menor que a expectativa atual de 1,6%. As projeções de economistas brasileiros para 2017 variam entre um amargo zero e um otimista 2%.

A missão de prever o futuro, por mais próximo que seja, realmente é complicada. Um estudo do economista Marcelo Petersen Cypriano, sócio da gestora Mont Capital, revela que pontos de inflexão econômica são justamente os mais difíceis de se prever. Ou seja: quando mais precisamos dos analistas, é o momento em que eles mais erram o alvo.

O estudo leva em consideração os consensos de crescimento do mercado, divulgados pelo Boletim Focus, e mostra como eles são diferentes dos resultados obtidos principalmente em anos de crise ou de retomada de crescimento. No fim de 2002, por exemplo, o mercado esperava um crescimento próximo dos 3% para o ano seguinte, mas a economia desacelerou e cresceu apenas 1,1%. No fim de 2008, economistas previam que a economia do país em 2009 avançaria 4,75%, mas o que veio foi uma retração de 0,1%.

As distorções também podem ser vistas em períodos bem recentes. Em dezembro de 2014, economistas projetavam que o PIB seria de 1% em 2015, mas o que veio foi a retração de 3,9%. No fim do ano passado, as projeções para 2016 apontavam para uma queda do PIB em torno de 1,28%, e vamos encolher bem mais de 3%. “As pessoas têm uma tendência muito grande a pensar no crescimento da demanda, gastos de consumo. Existe uma coisa intangível que é o efeito do ambiente de negócios, do ajuste das empresas, é muito difícil de se analisar qual o efeito disso”, diz Cypriano. O ano que vem, pelo que se vê, não deve ser aquele em que os economistas vão, enfim, acertar a mão.

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