Autoindústria: setor automotivo brasileiro deveria mirar no mercado da AL, diz presidente da PSA (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 16h31.
Rio de Janeiro - O Brasil sofre com problemas de competitividade no setor automotivo e teria que construir uma indústria do futuro para superar concorrentes internacionais.
Isso porque no mercado mundial são vendidos 80 milhões de unidades por ano e os quase 4 milhões vendidos no Brasil são "insignificantes" em termos de escala e tecnologia, afirmou nesta segunda-feira, 8, o presidente da PSA Peugeot Citröen no Brasil, Carlos Gomes.
"Hoje a indústria brasileira sofre com problemas de competitividade. Só exportamos para a Argentina e sabemos que é um cliente difícil", disse Gomes, em seminário sobre o setor automotivo organizado pela Firjan, no Rio.
Para ele, o setor automotivo brasileiro deveria mirar no mercado de 8 milhões de vendas da América Latina.
O executivo confirmou que haverá queda na produção da fábrica localizada no lado fluminense do Vale do Paraíba, por causa da redução nas exportações para a Argentina, cujos pagamentos são afetados por limites impostos pelo banco central do país vizinho, em meio a crise econômica.
Já o presidente da Nissan no Brasil, François Dossa, destacou gargalos microeconômicos a serem vencidos para dar competitividade à indústria.
Reconhecendo o esforço do governo estadual do Rio para atrair empresas para um novo polo automotivo no Sul do Estado, desde os anos 1990, o executivo ressaltou que é preciso ir além.
"O Estado do Rio fez muito para reindustrializar a economia. Agora, tem que pensar no além", disse Dossa.
O executivo destacou que, até 2020, o consumo de energia vai dobrar na região do polo, a população crescerá em 50% (e a oferta de moradias tem que acompanhar), a Rodovia Presidente Dutra já está saturada e, na mão de obra, falta aos trabalhadores uma "cultura" de trabalho no setor automotivo. Segundo Dossa, a qualificação da mão de obra é o maior dos problemas.