Petróleo: China é um dos maiores importadores do produto no mundo (Daniel Becerril/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 19h09.
São Paulo - Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira, 17, em leve baixa, pressionados por dados recentes que mostram novos avanços na produção de óleo dos Estados Unidos, tendo em vista que as preocupações com a desaceleração na demanda por energia da China persistiram.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em março fechou em queda de 0,48%, para US$ 52,36 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para o mesmo mês recuou 0,23%, para US$ 61,18.
"Medos de excesso de oferta, aliados a temores de desaquecimento da demanda chinesa, devem pairar sobre o mercado de energia", escreveu o analista de mercados David Madden, da CMC Markets UK, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira. A incerteza sobre se os EUA e a China vão resolver uma longa disputa comercial pesou sobre o sentimento dos investidores e levantou questões sobre a saúde da economia do gigante asiático, um dos maiores importadores de petróleo do mundo.
Além disso, os movimentos dos contratos de óleo cru desta quinta-feira repercutiram o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que mostrou que a produção de óleo do cartel caiu em dezembro, de acordo com a promessa do grupo de cortar a produção diária a partir de janeiro depois do mergulho dado pelos preços globais do petróleo. A produção dos membros da Opep caiu 751 mil barris por dia (bpd), para 31,6 milhões de bpd em dezembro. Dados independentes obtidos pela CNBC indicam que a Arábia Saudita reduziu sua produção em mais de 468 mil bpd, para pouco mais de 10,5 milhões de bpd.
Para analistas do banco HSBC, o petróleo Brent deve apresentar cotação média de US$ 64 por barril em 2019, o que deve acelerar para US$ 70 por barril em 2020 e em 2021. "Nos últimos três meses de 2018, vimos o preço do Brent cair em um terço, puxado por uma combinação de fatores, incluindo um aumento na produção da Opep no segundo semestre do ano passado. Olhando para as perspectivas para 2019, alguns desses fatores negativos ainda são muito evidentes, mas acreditamos que há, também, boas razões para esperar uma recuperação dos níveis atuais", destacaram os economistas em relatório enviado a clientes. (Com informações da Dow Jones Newswires)