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Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2013 às 11h27.
São Paulo - Os petroleiros do litoral paulista decidiram realizar greve por tempo indeterminado contra o leilão de Libra, o primeiro a ser licitado no pré-sal brasileiro, durante assembleia realizada na noite de sexta-feira. Os grevistas também reivindicam aumento de 16,53% no salário base no âmbito das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013.
O corte na entrada dos turnos estava previsto para iniciar entre o fim da noite de sexta-feira e o início da madrugada de ontem, conforme informações no site do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista.
A categoria vinha fazendo, na Baixada Santista, atrasos de três horas na entrada dos trabalhadores de turno na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, em Caraguatatuba, e também nas plataformas de Merluza e Mexilhão, desde a última quinta-feira por meio da emissão de Permissão de Trabalho (Pts).
Evolução dos protestos. Durante assembleia realizada na noite de ontem foram colocadas em votação duas propostas: manutenção dos atrasos ou evolução dos protestos para greve. Segundo o Sindicato, votaram a favor dos atrasos 43 trabalhadores. Já a greve por tempo indeterminado teve a adesão de 113 sindicalistas. Os grevistas vão avaliar se continuam com a paralisação na próxima terça-feira, em assembleia. "Até lá, a categoria estará de braços cruzados. É greve pra valer", destaca o sindicato, por meio de nota, em seu site.
Segundo o Sindicato, o envio de mais de mil homens da Força Nacional, Exército e outras instituições repressivas do Estado para o hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde será realizado o leilão.
A decisão é uma amostra de que, por um lado, o governo está acuado com as mobilizações feitas no país desde junho, ressaltando que o governo tentará "a todo custo" entregar "uma riqueza inalienável ao estrangeiro". No entanto, o Exército deverá fechar parte da praia durante o leilão, justamente para evitar este tipo de manifestação.
Crime. O leilão de Libra agendado para a próxima amanhã é considerado pelo Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, um "crime de lesa-pátria". "Se o governo quer nos derrotar com o Exército, temos em nossas mãos - ao lado da juventude e dos demais trabalhadores nas ruas - a capacidade de parar a maior companhia do país", frisa o Sindicato.