Querosene de aviação: Petrobras aumentou preço em 17,1% em janeiro (Leandro Fonseca/Exame)
Da redação, com agências
Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 17h49.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2023 às 18h24.
A Petrobras anunciou na quarta-feira, 1º de fevereiro, às distribuidoras, um reajuste médio de 17,1% para o querosene de aviação (QAV).
Em janeiro, o preço havia sido reduzido em 11,1%. A atualização do preço (seja aumento, seja redução, seja manutenção) ocorre mensalmente no caso do QAV.
Comparando o valor cobrado pelo QAV em fevereiro de 2022, a alta representa um aumento de 37,8%, disse a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear).
"Recente levantamento da Abear mostra que, em dezembro de 2022, o preço médio do QAV na bomba no Brasil foi quase 45% superior ao cobrado nos Estados Unidos", informou a Abear.
De acordo com a entidade, a alta do preço do QAV permanece sendo o maior desafio das empresas aéreas brasileiras, já que o insumo representa cerca de 40% dos custos totais.
"A volatilidade da cotação do dólar também é preocupante, pois mais de 50% dos custos são dolarizados. É por isso que a Abear tem ampliado sua interlocução com o Poder Público, criando mesas de diálogo permanente com ministérios como o da Fazenda, de Portos e Aeroportos, do Turismo e com a Embratur", afirmou em nota o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
Ao longo de 2022, o querosene de aviação teve alta de 49,6%, segundo a Abear. A alta acumulada já chegou a ser na casa dos 60%, mas em meio à queda no preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras passou a reduzir os preços sobretudo no segundo semestre do ano. O reajuste de fevereiro em 2023 é o primeiro aumento deste ano da Petrobras.
No caso do QAV, pouco mais de 10% do combustível usado no Brasil é importado (já a preços de mercado), e o restante é refinado diretamente pela Petrobras. Em 2019, segundo a Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP), 14% do QAV no Brasil foi importado, quase metade vinda dos EUA.
Mesmo no caso do QAV refinado internamente, a estatal aplica desde 2016 um programa de paridade de preços de importação (PPI), que vale também para combustíveis como gasolina e diesel e faz com que os preços praticados no mercado interno fiquem mais próximos aos internacionais, afetados pelo mercado externo e pelo preço do dólar.
A maioria dos aviões e helicópteros de uso comercial funciona com o chamado querosene de aviação (QAV). O combustível é usado principalmente em aviões comerciais, e funciona em aeronaves dotadas de turbina a jato, turboélices ou turbo-fans.
Aviões de menor porte usam também gasolina de aviação (GAV ou AVGAS). Segundo a Petrobras, "o combustível utilizado predominantemente em aviões de pequeno porte, equipados com motor a pistão de combustão interna, com ignição por centelha para movimentação de sua hélice."
O querosene de aviação, assim como boa parte dos combustíveis fósseis, é um derivado do petróleo. Segundo a Petrobras, o processo de produção é feito por "destilação direta com faixa de temperatura de 150 ºC a 300 ºC, com predominância de hidrocarbonetos parafínicos de 9 a 15 átomos de carbono, utilizado em turbinas aeronáuticas."
(Com informações do Estadão Conteúdo)