Roberto Castello Branco: presidente da estatal (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2019 às 19h14.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 20h31.
Durante coletiva na noite desta quarta-feira, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciou reajuste de R$0,10 por litro do óleo diesel. Com a alta, o litro do combustível passa para R$2,2470 nas distribuidoras a partir de amanhã, 18.
Segundo Castello Branco, a variação mínima do preço será de 4,518% e a máxima de 5,147% nos 35 pontos de venda no Brasil. O preço estabelecido pela estatal representa, em média, 54% do preço do diesel nos postos de serviço. Ele avisou ainda que a estatal terá uma nova forma de divulgar os reajustes, como reais por litro e não como porcentual, e que estes serão flexibilizados para "quando achar importante ter" — sem definir a periodicidade. Atualmente, eles são feitos com um intervalo de pelo menos quinze dias.
Para o executivo, a estatal não teve perdas com o adiamento do ajuste após determinação do presidente Bolsonaro.
Após reação negativa do mercado com a perda de R$ 32 bilhões na última sexta, 12, na bolsa paulista, a estatal afirmou em nota, por meio de sua assessoria de imprensa, que o presidente Jair Bolsonaro, ligou para o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, “alertando sobre os riscos do aumento do preço do diesel” divulgado pela Petrobras. Na nota, o executivo afirmou ainda ter considerado “legítima a preocupação do presidente”.
O valor anunciado nesta quarta-feira ficou R$0,0192 abaixo do que havia sido determinado anteriormente.
O executivo afirmou ainda que quem define os preços dos combustíveis é a Petrobras. "A palavra final é minha".
Em declaração na ultima sexta-feira durante a inauguração de um aeroporto, em Macapá, o presidente Bolsonaro disse que não era economista e que sua maior preocupação era com os caminhoneiros. "Já falei que não entendia de economia, quem entendia afundou o Brasil, tá certo? Estou preocupado também com o transporte de cargas no Brasil, com os caminhoneiros. São pessoas que realmente movimentam as riquezas, de norte a sul, de leste a oeste e que tem que ser tratados com o devido carinho e consideração".
Por causa da política de preços dos combustíveis da estatal, os caminhoneiros pararam o País, em maio do ano passado. Neste início de ano, com o petróleo em alta, o diesel voltou a ser uma ameaça e mais uma vez a classe avalia cruzar os braços.
A mudança na política de preço dos combustíveis foi adotada na gestão do ex-presidente da companhia Pedro Parente, que determinou a revisão diária da tabela nas refinarias, em linha com o mercado internacional. Sem saber o preço que pagaria pelo combustível no fim de uma viagem, os caminhoneiros entraram em greve. Além disso, para encerrar os protestos, o governo ainda subsidiou por um semestre.