Economia

Perda de ritmo comercial é significativa, diz Rosenberg

Segundo economista, a queda na atividade tem sem refletido principalmente no recuo das importações, "uma maneira não saudável de ajustar a balança"


	Exportações: Rosenberg mantém projeção de déficit de US$ 2 bilhões para balança comercial de 2014
 (Arquivo)

Exportações: Rosenberg mantém projeção de déficit de US$ 2 bilhões para balança comercial de 2014 (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2014 às 16h29.

São Paulo - Apesar de influenciado por uma base elevada de comparação em outubro de 2013, o déficit de US$ 1,177 bilhão da balança comercial brasileira de outubro deste ano, o pior resultado para o mês desde 1998, revela uma perda bastante significativa do ritmo comercial, que vem se acentuando mês a mês, tanto do lado das exportações quanto das importações.

A avaliação é do economista Rafael Bistafa, da Rosenberg Associados.

"Esse resultado está muito abaixo da sazonalidade histórica para o mês, que é de superávit de US$ 1,1 bilhão", comentou.

Ele destacou, porém, que, na comparação interanual, é preciso ponderar que a queda de 30,3% nas vendas de manufaturados em outubro se deu porque houve uma plataforma de petróleo de US$ 1,9 bilhão em outubro do ano passado que não se repetiu em 2014.

"Mas, de qualquer maneira, é uma perda de ritmo muito significativa", disse.

Bistafa afirmou que o saldo "poderia estar mais negativo ainda", caso o Brasil estivesse crescendo a um ritmo maior.

Segundo ele, a queda na atividade tem sem refletido principalmente no recuo das importações, "uma maneira não saudável de ajustar a balança".

"Diferente das exportações, as importações estão tendo forte queda generalizada e dispersa", afirmou, destacando que, das 23 categorias analisadas, 16 apresentaram queda interanual.

No caso das exportações, o economista destaca que a queda geral de 19,7% em outubro quando comparada com a média diária de outubro de 2013 é focada principalmente no recuo de 40% das vendas externas de minério de ferro, principal produto da pauta.

Já o recuo nas exportações de soja, segundo ele, se deu em decorrência do volume e não dos preços. "Mas os preços preocupam para o ano que vem, se continuarem no patamar baixo atual", ponderou.

Já a baixa de 30,3% nas exportações de manufaturados, além da questão da plataforma de petróleo, deu-se em razão do recuo nas exportações de automóveis, principalmente em razão da crise cambial na Argentina, principal parceiro comercial do Brasil no segmento.

Bistafa afirma que, mesmo com o resultado negativo de outubro, a Rosenberg mantém a projeção de déficit de US$ 2 bilhões para a balança comercial de 2014.

Acompanhe tudo sobre:Balança comercialComércioComércio exteriorDéficit comercialExportaçõesImportações

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto