Centro de distribuição da Amazon: estados onde vive 95% da população americana estão em quarentena (Victor J. Blue/Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2020 às 06h30.
Última atualização em 9 de abril de 2020 às 06h54.
Nos Estados Unidos, a quinta-feira deve ser marcada pela divulgação de novos números de pedidos de auxílio desemprego semanais no país. A expectativa, infelizmente, não é boa. Os analistas esperam que o país registre mais um número alarmante de pedidos de auxílio desemprego pela terceira semana consecutiva.
Os resultados de hoje correspondem à semana do dia 29 de março a 4 de abril. A divulgação acontece depois de o país registrar um número recorde de mais de 6,6 milhões de novos pedidos de auxílio desemprego na semana anterior.
Antes disso, outros 3,3 milhões de trabalhadores também já haviam dado entrada no benefício social em meados de março. Para se ter ideia, antes da crise provocada pela covid-19, o recorde histórico no país era de 695.000 pedidos em uma semana, registrado em 1982.
A estimativa de economistas ouvidos pela agência Bloomberg é de que o resultado de hoje fique em 5,5 milhões de novos pedidos de seguro desemprego. Entretanto economistas do banco JPMorgan Chase esperam um aumento ainda maior, na casa dos 7 milhões. Se os dados se confirmarem a cifra poderia elevar o número de desempregados no país para mais de 15 milhões de pessoas.
O resultado reflete a paralisação na economia americana. Dos 50 estados americanos, 43 implementaram medidas de quarentena e de fechamento de boa parte do comércio para conter a propagação da epidemia. Nesses estados, vivem cerca de 95% da população do país.
A epidemia encerrou um ciclo de mais de 10 anos de expansão do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Em março, a taxa de desemprego no país subiu de 3,5% para 4,4% e a expectativa é de um aumento para acima de 10% nos próximos meses.
Segundo economistas da consultoria Oxford Economics, a estimativa é que o número de desempregados suba rapidamente para mais de 20 milhões de pessoas, elevando a taxa de desemprego para além dos 10% — nível mais alto do que durante a crise de 2008. Enquanto o número de casos da covid-19 continuar aumentando, infelizmente, não haverá boas notícias para o mercado de trabalho americano.