A chanceler alemã, Angela Merkel: "Na opinião do governo alemão, (o pedido grego) ainda não é suficiente", afirmou a porta-voz de Merkel, Christiane Wirtz (Clemens Bilan/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 10h07.
Berlim - O pedido do governo grego para prorrogar a ajuda de seus sócios europeus ainda não é suficiente, mas deve ser "o ponto de partida para outras conversações", declarou nesta sexta-feira um porta-voz da chanceler Angela Merkel, abrindo caminho para um possível acordo com Atenas.
"Na opinião do governo alemão, (o pedido grego) ainda não é suficiente", afirmou a porta-voz, Christiane Wirtz, em um encontro com a imprensa em Berlim.
"Mas é considerado um ponto de partida para outras conversações", acrescentou.
A Grécia enviou na quinta-feira a seus parceiros europeus uma proposta financeira na qual reitera sua oposição à austeridade, suscitando, de imediato, a rejeição da Alemanha, mas que, segundo Bruxelas, "abre o caminho para um compromisso".
O governo grego propôs, em uma carta ao Eurogrupo, uma extensão por seis meses do acordo de empréstimo europeu, período em que se compromete com o equilíbrio orçamentário, mas confirmou que é contra as medidas de austeridade, segundo uma fonte governamental em Atenas.
Na carta, o governo grego de esquerda aceita a supervisão dos credores (UE, BCE e FMI), embora não utilize a palavra "troika". Compromete-se a "financiar plenamente qualquer nova medida, mas se abstendo de qualquer ação unilateral que possa afetar as metas orçamentárias, a recuperação econômica e a estabilidade financeira".
Uma reunião de ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo) será realizada na tarde da sexta-feira, em Bruxelas para decidir sobre o pedido da Grécia.
Entretanto, a proposta grega foi mal recebida pela Alemanha, maior economia da zona do euro. O ministério alemão da Economia considerou em um comunicado que "não é uma proposta de solução substancial" e que "não responde aos critérios da zona euro".
Atenas reagiu algumas horas mais tarde, dando a entender que alguns países na zona do euro não querem solucionar a negociação entre Atenas e seus parceiros europeus.