Economia

Guedes: auxílio de R$ 400 é transitório e pago com aumento de arrecadação

O anúncio foi feito durante a abertura do evento Melhores e Maiores 2021, da EXAME, realizado nesta quarta, 20

Ministro Paulo Guedes, no Melhores e Maiores. (Leandro Fonseca/Exame)

Ministro Paulo Guedes, no Melhores e Maiores. (Leandro Fonseca/Exame)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 20 de outubro de 2021 às 20h06.

Última atualização em 20 de outubro de 2021 às 20h30.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Auxílio Brasil será no valor de 400 reais e pago até o fim de 2022. A confirmação foi feita durante a abertura do evento Melhores e Maiores 2021, da EXAME, realizado nesta quarta-feira, 20. O valor já havia sido anunciado mais cedo, tanto pelo presidente Jair Bolsonaro, quanto pelo ministro da Cidadania, João Roma.

A grande questão era a fonte de recursos. De acordo com Guedes, o pagamento será transitório, e virá do aumento da arrecadação, sem furar o teto de gastos. A meta é alcançar 17 milhões de famílias - atualmente 14,7 milhões de famílias são atendidas pelo Bolsa Família, que será substituído pelo Auxílio Brasil.

“Nós temos que renovar o programa, e não temos a fonte. Ao invés de um programa permanente de 300 reais, fazemos um programa transitório de 400 reais. Sendo transitório, dispensa essa fonte, e podemos contar com o próprio aumento da arrecadação.”

Guedes ainda explicou que a equipe econômica tinha a intenção de aumentar o benefício social para 300 reais, com recursos vindos de duas fontes: a reforma do Imposto de Renda (IR), com a taxação de dividendos, e o parcelamento do pagamento dos precatórios. O problema foi que a proposta do IR empacou no Senado.

"Como não avançou no Senado o IR, é natural que o governo fique impaciente porque ele precisa cuidar dessas camadas mais vulneráveis. Vai se extinguir agora no fim deste mês o auxílio emergencial, e a gente não podia deixar desprotegidas as famílias mais vulneráveis. A fonte era a taxação sobre lucros e dividendos. Eu não achei inteligente fazer lobby contra a reforma do Imposto de Renda, mas é da democracia", afirmou Guedes, durante o Melhores e Maiores.

A EXAME premia as Melhores e Maiores companhias do país, responsáveis por movimentar grande parte da economia brasileira. O prêmio, que chega à 48ª edição, tem a missão de mapear o desempenho empresarial do país e entender quais são as organizações que são responsáveis e conduzem a economia local.

Entre as parceiras da EXAME que apoiam a edição de Melhores e Maiores deste ano estão Dynatrace, BTG Pactual, Jaguar - Land Rover, SAP e Panerai.

Presidente garantiu o cumprimento do teto

No meio da tarde desta quarta-feira, o ministro da Cidadania, João Roma, fez um pronunciamento dizendo que o Auxílio Brasil será pago a partir de novembro e que há internamente no governo conversas entre a área social e econômica para que o novo programa se encaixe dentro do orçamento, sem estourar o teto de gastos. No anúncio ele deixou em aberto a fonte de recursos

“Não estamos vendo que esses pagamentos sejam feitos em crédito suplementar. Estamos conversando para que esses pagamentos sigam a responsabilidade fiscal”, disse em coletiva de imprensa.

Segundo Roma, o aumento médio será de 20%, e não haverá pagamento interior a 400 reais para as famílias mais pobres. “Estamos dando um reajuste de quase 20% no programa permanente. Este programa seguirá de forma linear. O programa permanente tem valores que oscilam abaixo de 100 reais a valores que superam 500 reais”, disse.

Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro participou de um evento no Ceará e confirmou o valor de 400 reais. Mas garantiu que tudo será dentro do orçamento.

"Ontem [dia 19 de outubro] nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração para o antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxilio Brasil, a 400 reais", disse.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio BrasilBolsa famíliaJair BolsonaroMelhores e MaioresMinistério da EconomiaPaulo Guedes

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto