Economia

Paulo Guedes fala de medida para diminuir subsídios antes do fim do ano

Sem especificar, o ministro afirmou que antes de o ano acabar o governo deve enviar "forte sinal" de que está promovendo ajuste fiscal

Paulo Guedes: Sobre a volatilidade cambial, Guedes chamou a atenção para a existência de "duas ondas", sendo a primeira relacionada à nova realidade dos juros básicos no Brasil (Andressa Anholete/Getty Images)

Paulo Guedes: Sobre a volatilidade cambial, Guedes chamou a atenção para a existência de "duas ondas", sendo a primeira relacionada à nova realidade dos juros básicos no Brasil (Andressa Anholete/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 09h35.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 10h11.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o país deve enviar sinal de compromisso com o ajuste fiscal antes do fim do ano por meio de medida relacionada à redução de subsídios, e avaliou que o dólar já fez overshooting após alcançar o patamar de 5,80 reais.

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Em participação transmitida nesta quarta-feira no evento "2020 Asia Summit", do Milken Institute, Guedes acrescentou que agora os fluxos estão voltando ao país.

Sem especificar, o ministro afirmou que antes de o ano acabar o governo deve enviar "forte sinal" de que está promovendo ajuste fiscal.

"Depois de termos reduzido os gastos previdenciários, gastos com juros da dívida pública, com a folha de pagamento dos funcionários públicos, estamos enviando também um forte sinal de redução de subsídios", disse.

Ele reconheceu que houve grande inclinação da curva de juros em meio a questionamentos sobre como será o próximo ano após um gasto da União de cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no enfrentamento à pandemia de coronavírus.

Guedes ressaltou, contudo, que "de maneira alguma" o país irá transgredir o mecanismo do teto, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior.

Ele disse que o presidente Jair Bolsonaro reiterou essa mensagem recentemente, inclusive reafirmando que o auxílio emergencial irá acabar ao fim deste ano, o que ajudou no humor dos mercados.

Quanto ao câmbio, o ministro avaliou que o cenário já mudou.

"Estamos cientes que a taxa de câmbio já fez o overshooting, já foi para 5,80 (reais), e agora os fluxos --fluxos financeiros e fluxos de investimento-- estão começando a vir", disse.

Sobre a volatilidade cambial, Guedes chamou a atenção para a existência de "duas ondas", sendo a primeira relacionada à nova realidade dos juros básicos no Brasil, que fez com que 70 bilhões a 80 bilhões de dólares em "dinheiro de arbitragem" deixasse o país.

Ele afirmou ainda que, com a chegada da pandemia, muitos previram quedas mais drásticas da economia brasileira, o que também aumentou a volatilidade.

"A volatilidade será reduzida de agora em diante porque reformas fundamentais estão sendo implementadas agora. E o grande salto, de uma vez por todas, que foi essa mudança de uma moeda sobrevalorizada para uma mais realista, já aconteceu --é de uma vez por todas, já aconteceu, de 3 para 5 (reais)", disse.

Questionado sobre a oferta de hedge cambial para investimentos de longo prazo no país, Guedes disse acreditar que isso será provido pelo mercado privado, mas pontuou que o governo "estará lá para oferecer isso também".

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