Avião chegando em aeroporto: transporte aéreo no Brasil cresceu de forma expressiva na última década (Justin Sullivan/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 4 de novembro de 2013 às 12h10.
São Paulo - 302 reais e 98 centavos: esta foi a tarifa média das passagens domésticas de avião no primeiro semestre de 2013 no Brasil. O número representa um aumento de 4,15% em relação ao mesmo período do ano passado, e a segunda alta seguida depois de sete semestres consecutivos de queda.
Os números fazem parte da 28a edição do Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, divulgado no final da semana passada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) com dados das 25 milhões de passagens vendidas na primeira metade do ano.
No período de longo prazo analisado, de 2002 a 2011, a oferta de assentos quase dobrou: o aumento foi de 138%, ou cerca de 10% ao ano.
Já a demanda, medida pela quantidade de passageiros por quilômetros pagos transportados, quase triplicou, com crescimento total de 195% e uma média de 12,8% ao ano. A quantidade de passageiros transportados subiu 158% e a taxa de ocupação, 24%.
Apesar da tarifa média levemente superior, 63,36% das passagens comercializadas no primeiro semestre de 2013 ficaram abaixo dos 300 reais. 9,6% foram vendidas por menos de 100 reais - uma categoria praticamente inexistente há onze anos atrás, quando respondia por apenas 0,07% do total. 0,36% dos assentos foram vendidos por preços acima de 1.500 reais.
A queda na tarifa média foi de 48,77% entre 2005 e 2012 . A Anac responsabiliza o aumento do preço do petróleo e a valorização do dólar em relação ao real como responsáveis pelas altas recentes.
Com resultados em baixa, as companhias aéreas tem pedido por auxílio do governo - até agora, sem sucesso. Na semana passada, o Procon denunciou cinco empresas do setor e a própria Anac pela prática de "preços abusivos" nas passagens para a Copa de 2014.