Diante da crise econômica, Rohani mudou o presidente do Banco Central e planeja remodelar a equipe econômica do Executivo (Denis Balibouse/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 10h35.
Teerã - O Parlamento do Irã convocou nesta quarta-feira o presidente do país, Hassan Rohani, para responder às perguntas dos deputados sobre os problemas econômicos, que voltaram a gerar protestos populares.
Dos 290 deputados que compõem o Parlamento, 92 solicitaram o comparecimento de Rohani, ou seja, mais da quarta parte necessária, explicou o presidente da Câmara, Ali Lariyani, segundo os veículos de imprensa oficiais.
O líder, que vem sendo pressionado devido à crise econômica no Irã e pela desvalorização da moeda nacional, deverá comparecer ao plenário no prazo máximo de um mês.
Rohani será interrogado sobre o fracasso do governo em controlar o desemprego e a alta dos preços, a continuação das sanções ao sistema bancário, a severa recessão econômica e a forte queda do valor do rial.
Diante da má situação econômica e da desvalorização de mais de 50% do rial, Rohani mudou o presidente do Banco Central do Irã e planeja remodelar a equipe econômica do Executivo.
A crise gerou descontentamento entre a população, que explodiu em protestos desde ontem, principalmente na cidade de Isfahan.
O presidente da câmara de grêmios de Isfahan, Rasul Yahanguirí, explicou ao jornal "Doniye Eqtesad" que as queixas são principalmente pelas oscilações das divisas.
Os manifestantes pedem às autoridades medidas a respeito e soluções para outros problemas relacionados com os impostos e com os pagamentos.
Os protestos de ontem e hoje aconteceram no distrito de Shapur e reuniram centenas de pessoas, segundo os vídeos divulgados nas redes sociais, que também mostraram manifestações similares na cidade de Karaj.
Nos últimos meses o Irã foi palco de protestos e greves de diversos setores - atualmente pela segunda vez há de caminhoneiros - devido à má situação econômica, cujo panorama é de piora com a entrada em vigor das sanções impostas pelos Estados Unidos entre agosto e novembro.
No final de dezembro do ano passado, uma onda de protestos sacudiu a maioria das cidades do país motivado também pelo aumento do custo de vida, que derivou em críticas contra o próprio sistema da República Islâmica.