Primeiro-ministro britânico David Cameron fala durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos (REUTERS / Denis Balibouse)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 16h41.
Berlim - A Grã Bretanha está certa ao exigir maior abertura na União Europeia, mas não pode quere receber direitos especiais que possam separar o bloco, disseram membros graduados da coalizão da chanceler alemã Angela Merkel, no domingo.
O primeiro-ministro britânico David Cameron provocou consternação em muitas capitais europeias, na semana passada, com o seu pedido por reformas radicais na UE e a sua promessa de um referendo "dentro-fora" sobre a adesão da Grã-Bretanha até o final de 2017, desde que ele ganhe um segundo mandato.
A Alemanha, maior economia da Europa, tem interesse em manter um partidário defensor do livre comércio e mercados abertos dentro da UE e tem sido mais comedida em suas críticas, ao mesmo tempo em que deixa claro que há limites para até onde se pode ir para acomodar os interesses britânicos.
"Seria completamente errado responder a proposta do primeiro-ministro Cameron com uma rejeição instintiva," disse Alexander Dorbindt, secretário-geral do União Social Cristã (CSU), partido irmão do Cristão Democratas (CDU), da Bavária, de Angela Merkel.
"Quem quer que condene completamente a ideia de Cameron sobre um referendo nacional sobre a Europa, espalha desconfiança na direção da Europa, como se o continente precisasse se esconder das pessoas," disse ele ao semanário Spiegel.
O ministro da economia aa Bavária, Martin Zeil, do Democratas Livres (FDP), parceiro minoritário da coalizão de Merkel, também defendeu o discurso de Cameron, especialmente seu pedido de medidas para melhorar a competitividade da Europa.
Tanto o CSU quanto o FDP se tornaram mais críticos em relação à UE durante a crise da dívida da Zona do Euro, em meio a preocupações que a UE possa se tornar uma "união de transferência", em que os países mais ricos, como a Alemanha, têm que ficar socorrendo os vizinhos mais pobres.
Mas Dorbindt também assinalou os limites da paciência alemã. "Está claro que em uma Europa ideal não pode haver lugar para direitos especiais de países individuais," ele disse, acrescentando que incluía o desconto negociado na década de 80 pela Grã-Bretanha, que reduz a sua contribuição para o orçamento geral da UE.