Em relação ao financiamento externo para o Brasil, Tombini afirmou que está estabilizado em torno de US$ 70 bilhões por mês (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 17h48.
Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que há um fluxo de saída de dólares do País neste momento, mas que a moeda brasileira tem caminhado, em relação ao dólar, junto com o que ocorre com as divisas de outros países.
Segundo ele, foi importante colocar entraves à entrada de dinheiro estrangeiro no País em momentos anteriores. "Alguns chamam isso de controle de capital, mas para o BC é regulação prudencial", afirmou Tombini. "O BC sempre disse que tinha preocupação com esses fluxos. Uma parte não é permanente. Estamos vendo nesse momento saída de fluxo. Se aceitássemos esse fluxo de peito aberto, uma parte desses capitais sairia", disse.
Em relação ao financiamento externo para o Brasil, Tombini afirmou que está estabilizado em torno de US$ 70 bilhões por mês, sendo que 50% desses recursos são de crédito para exportação. Ele disse ainda que os números de Investimento Estrangeiro Direto mostram a qualidade do financiamento do déficit em conta corrente do Brasil.
Cenário externo - Tombini afirmou que o mercado externo continua sendo caracterizado pela volatilidade, que deve ser a norma nos próximos meses e trimestres. "Para o Brasil, o cenário externo ainda representa cenário desinflacionário. O cenário externo sinaliza fraco crescimento global nos próximos trimestres."
Para o presidente do BC, a Europa continua com uma perspectiva de baixo crescimento nos próximos anos, "sujeita a alguma volatilidade importante no curto prazo". Nos EUA, o processo de expansão continua em ritmo moderado, mas com recuperação. "Na China, a despeito da desaceleração, nossa visão é que a China tem capacidade de coordenar a administrar um pouso suave daquela economia."
Tombini observou ainda que a projeção de crescimento mundial de 2,3% para 2012 é um "nível bastante baixo".