O Brasil e o México foram citados pela S&P como exemplos de países que possuem uma regulação mais avançada
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 18h23.
São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) avalia que o Brasil tem tomado medidas corretas para conter as pressões inflacionárias e a expansão da economia. Em teleconferência, a S&P destacou os esforços feitos pelos países da América Latina para evitar uma alta dos preços e disse que a inflação começa a desacelerar na maior parte deles.
No caso do Brasil, a diretora de ratings soberanos da agência, Lisa Schineller, lembra que o País está no meio de um ciclo de aperto monetário e se esforça para evitar uma disparada da inflação. Além disso, a equipe de analistas da S&P destaca que as ações não se concentram apenas na política monetária, mas também contam com o esforço fiscal do governo.
Foi diante deste cenário que, em maio, a Standard & Poor's revisou de "estável" para "positiva" a perspectiva para o rating de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil. O País tem nota de grau de investimento BBB-.
Em relação ao crédito, a S&P projeta crescimento de 15% na carteira total de empréstimos no País. A agência diz que a maioria dos bancos latino-americanos estão bem capitalizados, em situação melhor do que os de outras regiões e continuarão aumentando seus portfólios.
O diretor da S&P, Santiago Carniado, frisou, no entanto, esperar que os países da região continuem aprimorando suas regulações para o sistema financeiro e destacou que há patamares diferentes nesse quesito. O Brasil e o México foram citados como exemplos de países que possuem uma regulação mais avançada. "De qualquer forma, a penetração do crédito na maioria dos países ainda tem espaço para aumentar e segue crescendo. Mas os países estão se esforçando para ter um crescimento controlado e evitar bolhas", afirmou.
No caso do Brasil, Lisa lembrou que as autoridades estão tomando as medidas necessárias para evitar um crescimento excessivo do crédito, buscando um pouso suave e não uma desaceleração brusca.
Questionada sobre a possibilidade levantada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) de os Estados Unidos terem um terceiro programa de afrouxamento quantitativo, a diretora de ratings soberanos da S&P disse que o fortalecimento da economia norte-americana é positivo para toda a América Latina, sobretudo para México e América Central que não têm o mercado asiático para ajudar a manter a demanda, ao contrário do que ocorre na América do Sul. Ela frisou, porém, que um novo afrouxamento quantitativo será uma grande desafio para as autoridade monetárias da região, que terão de adotar políticas adequadas para minimizar os efeitos da entrada de capital externo e da tendência de valorização de suas moedas.