A ministra ressaltou que o governo trabalha com uma projeção média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% de 2011 a 2014 (Elza Fiúza/Abr)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2011 às 20h20.
São Paulo - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reforçou os comentários da cúpula do governo segundo os quais o Poder Executivo vai defender o setor manufatureiro em meio à acirrada competição de produtos do gênero fabricados no exterior, o que em vários casos provoca uma concorrência predatória, como frisou a presidente Dilma Rousseff. "Vamos defender a indústria nacional. O governo não abre mão disso", frisou, em palestra realizada ontem para empresários em São Paulo.
Segundo a ministra, a alta de 30 pontos porcentuais do IPI para montadoras de automóveis que não atendem certos critérios, como 65% da produção ser feita no Brasil, deve levar as empresas que ainda não têm fábricas no País a desenvolverem plantas novas. "As companhias podem adaptar planos para produzir carros e autopeças aqui."
De acordo com a ministra, as empresas do setor automobilístico que terão o desconto do aumento do imposto - que foi elevado na semana passada - se prontificaram a continuar produzindo no Brasil veículos de alta qualidade de segurança e de tecnologia.
Para a ministra, o governo vai analisar os efeitos da medida ao longo do seu prazo de vigência, que será encerrado em dezembro de 2012. "Depois que esse prazo acabar poderemos refletir e podemos adotar mudanças. Mas antes disso não", destacou.
Miriam Belchior rebateu o comentário de um empresário, segundo o qual a proposta do setor automotivo do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, era diferente da anunciada há menos de uma semana. "A medida do IPI é a posição do governo", ressaltou, indicando que não ocorreram divergências entre os ministros Pimentel e Guido Mantega, da Fazenda.
A ministra ressaltou que o governo trabalha com uma projeção média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% de 2011 a 2014. Segundo ela, um dos fatores que vai garantir essa expansão da economia serão os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela destacou que os investimentos do PAC 1 alcançaram R$ 657 bilhões até 2010 e que 82% das obras foram concluídas . "Para o PAC 2, estão previstos R$ 955 bilhões até 2014. Deste total, 74% das obras serão concluídas até 2014 e os outros 26% devem terminar após 2014, como no caso de Belo Monte", disse.
Segundo a ministra, um dos principais desafios do PAC 2 é ter mão de obra qualificada para atender os projetos.
Superávit
Miriam também afirmou que a meta do governo para o superávit primário em 2012 é de R$ 139 bilhões. "Há uma possibilidade de desconto de R$ 25 bilhões, mas isso é possibilidade, se for necessário, dependendo do desempenho da economia", afirmou. "Contudo, o valor do superávit primário é nominal e não com proporção do PIB."
Segundo ela, isso significa que caso ocorra uma expansão do País menor do que a projeção de 5% da economia no próximo ano, como consta do projeto de lei do Orçamento enviado ao Congresso, o superávit primário será maior em termos relativos. Os R$ 139 bilhões de economia de despesas sobre receitas, sem levar em consideração gastos com juros, equivalem a 3,1% do PIB.