Ministro das Finanças do Japão, Taro Aso: o Federal Reserve deixou a taxa de juros inalterada na quinta-feira (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 10h06.
Tóquio - O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse nesta sexta-feira que a decisão dos Estados Unidos de deixar inalterada a taxa de juros provavelmente refletiu uma reivindicação de países emergentes na recente reunião do G20, já que a rápida elevação dos juros nos EUA prejudicaria as suas economias.
Aso afirmou que as taxas baixas dos EUA e os fluxos de capital para economias emergentes deram sustentação a seu crescimento desde a crise financeira global, sugerindo que os EUA deveria no futuro elevar lentamente as taxas, dado o receio de que caminhadas rápidas estimulariam a fuga de capital desses países.
As declarações de Aso demonstram as preocupações entre as autoridades de que altas precipitadas dos juros norte-americanos poderiam desferir um golpe para as economias emergentes da Ásia.
A região é responsável por cerca de metade das exportações japonesas, que caíram em decorrência da desaceleração econômica da China.
"Uma porção de países teria de enfrentar a depreciação de suas moedas se os EUA aumentassem a taxa rapidamente apenas por causa de melhorias em sua própria economia, o que levaria o capital de volta para os EUA", disse Aso a repórteres após uma reunião de gabinete. "Acho que há muitos países que não receberão bem a fuga de capitais."
O Federal Reserve deixou a taxa de juros inalterada na quinta-feira, ao se curvar às preocupações com a economia global, à volatilidade no mercado financeiro e à fraca inflação nos Estados Unidos, mas deixou aberta a possibilidade de um modesto aperto da política monetária ainda este ano.
Na reunião dos ministros das Finanças do G20 na Turquia, este mês, mercados emergentes, incluindo os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), expressaram preocupações de que rápidas altas da taxa norte-americana poderiam afetar as suas economias, disse Aso.