Banco Central: instituição também afirmou que redução da dívida pública foi devido a desvalorização do câmbio (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 16h10.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou que o superávit primário de R$ 56,276 bilhões do setor público consolidado em janeiro decorre de efeitos sazonais, mas destacou a melhora do resultado em relação ao mesmo mês do ano passado. Em janeiro de 2019, o superávit do setor público foi de R$ 46,897 bilhões.
"Houve uma melhora de quase R$ 10 bilhões no resultado do Governo Central, não obstante o aumento do déficit da Previdência na mesma comparação. O INSS continua em trajetória de aumento do déficit", acrescentou.
Rocha repetiu que o aumento da conta de juros em janeiro, para R$ 37,155 bilhões, decorre das operações de swaps.
Em dezembro, a conta de juros foi de R$ 24,920 bilhões, e em janeiro do ano passado, de R$ 20,853 bilhões.
Ele explicou que o BC teve um ganho de R$ 6,9 bilhões com swaps em dezembro e um lucro de 11,6 bilhões em janeiro do ano passado. Já em janeiro de 2020, o BC teve uma perda de R$ 7,6 bilhões. "Sem essas operações, a conta de juros teria caído em janeiro, nas duas comparações", completou.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central explicou também que a redução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) de 55,7% do PIB em dezembro para 54,2% do PIB em janeiro se deve à desvalorização do câmbio e ao superávit nominal no mês.
"Tivemos redução significativa da dívida líquida em janeiro", avaliou Rocha. "A desvalorização cambial de 5,93% em janeiro reduziu a dívida líquida em 0,9 ponto porcentual do PIB em janeiro. Já o superávit nominal (de R$ 19,120 bilhões) no mês contribuiu para reduzir a dívida líquida em 0,3 p.p. do PIB em janeiro", completou.