Economia

Para Azevêdo, precisamos repensar a Rodada Doha

"Precisamos esquecer o que gostaríamos de ter na rodada, para ver o que é possível ter da rodada", disse o novo diretor-geral da OMC


	Azevêdo: "O diretor-geral não está lá para apontar o dedo, tem que se preocupar com as tendências mundiais"
 (AFP / Fabrice Coffrini)

Azevêdo: "O diretor-geral não está lá para apontar o dedo, tem que se preocupar com as tendências mundiais" (AFP / Fabrice Coffrini)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 17h23.

Brasília - O embaixador Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira que é preciso repensar conceitualmente a Rodada Doha.

"Assumindo a direção geral, minha ideia é evitar tentar fazer ajustes apenas. Precisamos repensar conceitualmente a Rodada Doha, o que está sobre a mesa, e partir para uma orientação para tentamos encontrar os limites do possível e não do desejável", disse.

"Precisamos esquecer o que gostaríamos de ter na rodada, para ver o que é possível ter da rodada." Questionado sobre se já se encontrou com a presidente Dilma Rousseff após a eleição na OMC, Azevêdo disse que é possível que ocorra uma reunião nos próximos dias. "Estamos tentando agendar uma conversa, que pode acontecer ainda ao longo da semana que vem", disse.

Medida restritiva

Azevedo afirmou que "não é obvio muitas vezes identificar medida restritiva ao comércio ou protecionista". Ele disse que houve aumento do protecionismo após 2008. "Há uma primeira indicação de que essa tendência está começando a cair, pois 20% das medidas já foram retiradas. O diretor-geral precisa se assegurar que a retirada de medidas restritivas ao comércio se acelere", afirmou.

Segundo Azevêdo, é dever do diretor-geral da OMC se preocupar com "o caminho que o mundo está tomando". "O diretor-geral não está lá para apontar o dedo, tem que se preocupar com as tendências mundiais", defendeu.

Azevêdo disse ainda que o novo diretor-geral tem que chegar "com mão na massa" e disse que há um temor de que a discussão de novos temas signifique um abandono das negociações atuais. "É importante que se passe confiança aos membros de que a rodada continua viva, em vigor, para que se possa falar de temas novos", explicou.

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