Dilma Rousseff: secretário de Energia do Estado de São Paulo, deputado José Aníbal, criticou postura da presidente de negar que privatizou campo de Libra (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 14h57.
São Paulo - O secretário de Energia do Estado de São Paulo, deputado José Aníbal (PSDB), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff de negar que privatizou o campo de Libra.
"É uma bobagem. Houve uma privatização evidente e saudável", disse nesta terça-feira, 22, após participar, ao lado do governador Geraldo Alckmin, da abertura da 7ª Feira Tecnológica, na capital paulista.
Segundo Aníbal, apesar do "atraso enorme", era necessário fazer o leilão, por conta do mau momento da Petrobras. "Foi necessário trazer investidores estrangeiros e nacionais porque a Petrobras está sem condições de investir. É a empresa de petróleo mais endividada do mundo", afirmou.
Para o tucano, os recursos que virão serão importantes para o país e para a recomposição da Petrobras, porém, "não vão resolver os problemas do Brasil". "A construção de uma economia saudável leva tempo e requer uma ação continuada do governo que, infelizmente, está deixando muito a desejar."
Aníbal ressaltou que "foi bom o leilão ter acontecido", disse que não foi um fracasso, apesar da demora para sua realização, mas ponderou que seria melhor com mais concorrentes. "Poderia ter sido mais do que o preço mínimo de R$ 15 bilhões, poderia ter chegado a R$ 20 bilhões ou R$ 25 bilhões."
Pronunciamento
Aníbal também fez críticas ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional na noite passada para comentar o resultado do leilão do pré-sal. "É um uso absolutamente arbitrário, isso não ajuda a amadurecer o País."
Para o secretário, a presidente usou "vários minutos para fazer um processo de autoexaltação". Segundo ele, Dilma tentou acenar com perspectivas de que o resultado do leilão iria resolver os problemas brasileiros. "E ela sabe que não é assim."
A exploração de Libra, destacou Aníbal, só vai se tornar efetiva em cinco anos e até lá o País "vai ter problemas grandes de infraestrutura e logística que esse governo está sendo incapaz de resolver". "Esse ciclo imediatista, petista, de governar está começando a exaurir, porque a realidade vai se impondo sobre esse ciclo e mostrando que as soluções não acontecem. Aí tem que pegar um espaço de televisão e fazer uma coisa de catarse, de emoção", opinou.
2014
Questionado sobre suas ambições políticas para o ano que vem, Aníbal, que é deputado licenciado, afirmou não ter planos. "Nada. Quero continuar fazendo um bom trabalho na secretaria", esquivou-se. Ele, no entanto, garantiu que trabalhará pela reeleição de Alckmin. "Claro (que vou trabalhar pela reeleição). É uma questão de ponto de vista político e (de acreditar) no padrão de gestão", frisou.