Economia

Pandemia impulsiona demanda por provedores de internet regionais

Empresas que conectam localidades mais afastadas dos grandes centros viram o número de clientes crescer 43% desde março

Aparelho de conexão com a internet  |  Foto: deepblue4you/Getty Images (deepblue4you/Getty Images)

Aparelho de conexão com a internet | Foto: deepblue4you/Getty Images (deepblue4you/Getty Images)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 26 de setembro de 2020 às 08h30.

Última atualização em 26 de setembro de 2020 às 09h14.

As restrições e, principalmente, as novas demandas trazidas pela pandemia de covid-19 refletem nos números da internet no Brasil. Desde março, os pequenos provedores registraram uma alta de 43% nas contratações de banda larga. Os dados são da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), que representa mais de mil pequenas empresas do mercado de internet.

Pequenos provedores são aqueles que levam conectividade para longe dos grandes centros, como cidades com poucos milhares de habitantes, vilarejos e propriedades não atendidas pelas grandes operadoras.

De março a julho, este grupo de empresas viu ainda um aumento de mais de 360% no número de acessos mais velozes, em comparação com o mesmo período de 2019. As grandes operadoras também registraram esse aumento, mas em um nível bastante inferior, de 73,5%, - o que comprova o crescimento significativo do acesso à internet em localidades mais afastadas.

A diretora-executiva da Abrint, Alessandra Lugato, explica que essas empresas conseguiram absorver a alta na demanda gerada pela pandemia, justamente pela capilaridade que é peculiar ao modelo de negócio.

"O cliente dessas localidades distantes que, com a pandemia, precisou instalar internet, também melhorou a conexão. Em muitos casos, havia uma fibra ótica a poucos quilômetros dele", diz. Alessandra.

Ela destaca ainda que 90% desses provedores já transmitem internet através de fibra ótica, que dá mais capacidade e qualidade à rede. "Além disso, o pequeno provedor enfrenta bem menos burocracias por não precisar de postes e antenas para oferecer o serviço", afirma. "Durante a pandemia, esses provedores se viram nessa posição privilegiada, conseguindo atender rapidamente o aumento da demanda dos seus mercados."

Todo esse crescimento também foi sentido também pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp). As mais de 70 empresas que fazem parte da entidade conectam os pequenos provedores e seus clientes à internet mundial. Em agosto, um quarto dessas empresas informaram um aumento de até 30% no faturamento no primeiro semestre do ano, em comparação com o ano passado.

"Apesar de ter trazido muito efeitos negativos, a pandemia também aumento a demanda por conectividade em lugares onde antes ela

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