Petróleo: países da Opep e os aliados, como a Rússia, afirmam esperar aumento na demanda por petróleo também em suas economias (Jessica Lutz/Reuters Business)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de julho de 2020 às 15h24.
Última atualização em 15 de julho de 2020 às 16h13.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou nesta quarta-feira, 15, que aumentará sua produção em agosto, relaxando o nível de cumprimento do acordo multilateral para conter a oferta. Os países envolvidos, porém, garantem que já acontece um aumento na demanda, por isso avaliaram que o impacto nos mercados deverá ser modesto.
A Opep+ tratou do tema ao fim de sua reunião, em comunicado conjunto e também durante entrevista coletiva virtual das autoridades envolvidas. Até agora, o acordo era por um corte de 9,7 milhões de barris por dia, desde maio. A partir de agosto, o corte deve diminuir para "8,1 ou 8,2 milhões" de barris por dia, segundo a entidade. O grupo comentou, contudo, que esse seria um piso e que o corte, na prática, pode ficar um pouco acima disso, chegando talvez a 8,4 milhões de barris.
O grupo disse que o nível de cumprimento do acordo em junho ficou em 107%. Esse nível, contudo, foi atingido graças a cortes voluntários de alguns países, como Arábia Saudita e Omã, e sem esse extra o cumprimento estaria em 95%. A Opep+ disse que os países que não cumpriram o combinado e excederam a cota entregarão planos sobre como pretendem compensar isso nos próximos meses.
Segundo a Opep+, pode ainda haver alguns lockdowns em alguns países, mas isso seria algo isolado e a demanda deverá continuar a se recuperar. O grupo enfatizou ainda que o anúncio desta quarta está em linha com o que já havia sido acordado no plano inicial.
Os países da Opep e os aliados, como a Rússia, afirmam esperar aumento na demanda por petróleo também em suas economias. O ministro da Energia russo, Alexander Novak, disse na entrevista coletiva que boa parte do aumento na produção em seu país ficará no mercado local, por exemplo.
A Opep+ ainda afirmou que, com as mudanças nos padrões de consumo por causa da pandemia, deve haver maior demanda por gasolina.