Gás Natural: acordos não anunciados, que correspondem cerca de 2 por cento do fornecimento diário dos EUA, não são os primeiros deste tipo e dependem da aprovação do governo (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 10h34.
Londres/Nova York - Países em todo o mundo assinaram discretamente acordos nos últimos meses para importar gás natural dos Estados Unidos, revelando um crescente apetite pelo combustível em meio ao salto na produção norte-americana.
Até uma dúzia de acordos de longo prazo, cada um no valor de bilhões de dólares, foram assinados a portas fechadas com empresas da China, Japão, Taiwan, Espanha, França e Chile, uma vez que a demanda global cresce, de acordo com fontes de indústrias e tradings.
Através dos acordos, a China particularmente emergiu como um dos maiores beneficiários do gás natural norte-americano barato, que nos próximos anos será canalizado para plantas da Costa do Golfo e liquefeito para embarque ao exterior em navios-tanque.
Os acordos não anunciados, que correspondem cerca de 2 por cento do fornecimento diário dos EUA, não são os primeiros deste tipo e dependem da aprovação do governo dos EUA para construir duas novas plantas de gás natural liquefeito (GNL).
O número de novos compradores, e seu alcance global, mostra como os Estados Unidos estão tomando medidas para tornarem-se um importante polo de exportação e passar à frente dos rivais como Austrália e África Oriental, atraindo com sucesso compradores asiáticos, mesmo antes de começar a construção projetos.
A competição global pode espremer as margens de lucro em algumas exportações de gás dos EUA.
Empresas como a BP, da Grã-Bretanha, e a francesa GDF Suez, já se comprometeram em pegar GNL dos Estados Unidos estão agora buscando compradores dispostos a assumir parcelas desta oferta.
"Como vemos mais contratos sendo assinados, é uma indicação de que os EUA têm o gás natural realmente barato que vai ajudar a suprir o mercado global", disse Jason Bordoff, diretor do Centro de Política Energética Global na Universidade de Columbia.
Os Estados Unidos estão produzindo quantidades recordes de gás natural graças a um boom de perfuração, e mais de uma dúzia de projetos de exportação já foram propostos. Mas os grandes consumidores domésticos de gás natural, como a indústria petroquímica estão preocupados que as exportações sem restrições podem empurrar os preços locais para cima. A administração Obama tem aprovado as exportações avaliando caso a caso.
Até o momento, apenas quatro projetos têm permissão para exportar e apenas uma está em construção.
Sob os acordos, mais de 12 milhões de toneladas de GNL por ano (mtpa) seriam exportados pelos EUA, ou cerca de 1,5 bilhão de pés cúbicos de gás por dia, ainda que alguns volumes possam ser alterados ao final das negociações, disseram as fontes.
A produção diária de gás dos EUA é de cerca de 70 bilhões de pés cúbicos.