Fábrica da GM: enquanto as vendas internas em 2012 cresceram 4,6% e foram recorde, com mais de 3,8 milhões de unidades, a produção caiu quase 2%, para cerca de 3,4 milhões de veículos (REUTERS/Stringer)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 13h45.
Detroit - O vice-presidente da General Motors do Brasil, Marcos Munhoz, defende a criação de uma nova câmara setorial, a exemplo da que foi criada no início dos anos 90 para discutir medidas urgentes que ajudem a melhorar a competitividade do produto brasileiro não só no setor automotivo, mas em todos os demais segmentos produtivos.
A preocupação é reforçada pelo fraco desempenho das exportações de automóveis, que caíram quase 20% no ano passado em comparação a 2011. A previsão das fabricantes para este ano é de nova queda de cerca de 5% nas vendas externas.
"Nenhum país no mundo sobrevive só com vendas ao mercado interno", diz o executivo. Segundo ele, o câmbio desfavorável e principalmente os altos custos produtivos do País tornam o produto nacional sem condições de competir no mercado internacional. "Fica mais caro levar um carro de Gravataí (RS) para o Recife do que trazer um carro da Coreia para o Brasil", exemplifica o executivo.
Enquanto as vendas internas em 2012 cresceram 4,6% e foram recorde, com mais de 3,8 milhões de unidades, a produção caiu quase 2%, para cerca de 3,4 milhões de veículos.
Outro fator que pesa nos chamado custo Brasil é volatilidade nas regras comerciais, afirma a presidente da GM brasileira, Grace Lieblein, que deixa o cargo neste mês para assumir novas funções na matriz, em Detroit, Estados Unidos. "No Brasil, precisamos de plano A, B, C até F - e usamos todos", diz a executiva.
Ela se refere, em parte, às mudanças no regime automotivo com o México, que no ao passado passou a ter cotas de importação, e na alta repentina de 30 pontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para importados, em vigor desde o fim de 2011.