Economia

País nunca precisou tanto de inventores e criadores, diz Dilma

Presidente espera que a área ajude o Brasil a enfrentar a competitividade internacional

Dilma quer mais investimentos em tecnologia de ponta (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Dilma quer mais investimentos em tecnologia de ponta (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 16h51.

Brasília – A presidente Dilma Rousseff disse hoje, ao entregar o 14º Prêmio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que, no atual estágio de crise econômica internacional e sob acirrada disputa por mercados, “o Brasil nunca precisou tanto de inventores e de criadores”. O prêmio é um reconhecimento a empresas, instituições e pessoas que tenham inovado.

Ela disse ainda que tal como a erradicação da miséria, o governo também tem como prioridade investir na capacidade do setor produtivo em criar tecnologia avançada. “O atual cenário econômico internacional exige de nós mais competitividade. Exige, nesse momento, que os mercados dos países desenvolvidos e dos países emergentes se reduzam e todas as empresas se voltem em busca de mercados significativos. Exige de nós capacidade de competir. E a agregação de valores e inovação será um dos maiores instrumentos da próxima década e dos próximos anos”, disse Dilma na cerimônia de entrega do prêmio, realizada hoje em Brasília, no Palácio do Planalto.

Um dos premiados foi o inventor Vladimir Airaldi, de São José de Campos (SP), que criou uma nova forma de tratamento dentário que substitui a broca para obturação de dentes.

Segundo ele, a obturação é feita por meio de um aparelho que usa “diamante sintético” e causa “menos dor”, dispensando o uso de anestesia. Segundo ele, o procedimento, com o aparelho, é feito com maior segurança e precisão “e sem o tradicional barulho”.

Conforme Araldi, 5 mil dentistas já utilizam a tecnologia, que está patenteada e pode gerar divisas ao Brasil pelo uso em outros países. Também foi premiada a Scietch, empresa que criou o stent coronário Cronus Plus, usado no procedimento de angioplastia. O stent criado pela Scitech, ganhadora do prêmio de média empresa, tem hastes mais finas e flexíveis e proporcionam procedimentos cirúrgicos mais eficientes.

De acordo com o presidente da empresa, Melchíades da Cunha Neto, ganhar o prêmio foi consequência de muito trabalho. Segundo ele, a inovação “já está rendendo lucro” e 32 países já importam o stent para o tratamento de pessoas infartadas ou com risco de infarto.


O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse que “as empresas estão descobrindo que a inovação é essencial para a competitividade da economia moderna e que isso será completamente decisivo para o futuro do Brasil”. Na cerimônia, Mercadante fez questão de destacar que, pela primeira vez, o governo elege a área “como eixo estruturante do país”.

Ainda hoje, Mercadante apresenta ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia a nova estratégia da pasta para os próximos quatro anos. A perspectiva do ministro é que o investimento da pasta continue aumentando. De 2010 para 2011, o orçamento deve passar dos atuais R$ 8,86 bilhões, incluindo o crédito da Finep, para R$ 12,22 bilhões.

“Não é pouco dinheiro. É muito em relação ao que tínhamos há pouco tempo, o que mostra também que está tendo demanda”, ponderou o empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Ele esteve no Palácio do Planalto para receber o prêmio concedido a Alencar, no ano passado, pela Finep. Na ocasião, o ex-vice-presidente não pôde participar da cerimônia de entrega porque estava hospitalizado.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffInovaçãoPersonalidadesPesquisa e desenvolvimentoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto