Guido Mantega: apesar do PIB acima do esperado, o governo não fará uma revisão da taxa de crescimento, disse o ministro (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 13h48.
São Paulo - O ministro da Fazendo, Guido Mantega, reiterou que o governo continuará perseguindo bons resultados fiscais, durante entrevista coletiva em que comentou, em São Paulo, o desempenho do PIB no segundo trimestre.
Questionado se o governo pretende conceder mais desonerações, o ministro disse que já foi feito um volume elevado de estímulos tributários e associou, inclusive, o bom desempenho da economia a essas medidas. A recuperação de desonerações, explicou, se dá algum tempo depois dessas medidas entrarem em vigor, por meio de maior crescimento e arrecadação.
Apesar do resultado acima do esperado do PIB no segundo trimestre (+1,5%), o governo não fará uma revisão da taxa de crescimento. "Vamos aguardar. Vamos deixar as previsões para institutos de pesquisa", disse.
Ele afirmou ainda que o cenário internacional está "um pouco melhor", o que pode indicar que o comércio internacional vai se expandir. "O pior passou, o fundo do poço foi superado", disse, em referência "ao mundo como um todo".
"Não estou dizendo que teremos crescimento acima de 1,5%. Estou dizendo que a trajetória é de crescimento na economia brasileira", reforçou, dizendo em seguida que o País vai voltar para o patamar de crescimento médio em torno de 4% a partir do próximo ano.
Sobre o fato de o resultado do PIB ter superado as previsões do mercado, o ministro afirmou que "talvez (os analistas) tenham se equivocado para menor", "talvez estivessem mais pessimistas", influenciados pela falta de confiança.
"Com esse resultado acredito que possamos ter uma recomposição da confiança mostrando, sim, que a economia brasileira é eficiente é dinâmica", afirmou.
Câmbio
Repetindo afirmações da presidente Dilma Rousseff nesta semana, a respeito da desvalorização do real, Mantega disse que "temos muita bala na agulha, muitos instrumentos que poderão moderar essa mudança de câmbio", sem citar quais seriam os instrumentos.
"Não é fuga de dólares que está acontecendo", assegurou ele. "Temos um país mais sólido, com mais reservas, déficit de transações correntes menor", comentou.