Padilha: "Agora é a hora, porque não temos alternativa. A questão é existirem ou não existirem as contas públicas brasileiras" (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 19h01.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 19h34.
Brasília, 05 - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu nesta segunda-feira, 5, a reforma da Previdência e alertou que, sem as medidas, o orçamento federal "ruirá" daqui a oito anos.
Segundo ele, a reforma proposta não é uma opção ou uma alternativa, mas sim uma necessidade inadiável.
"Sem a reforma, o sistema soçobra em 2024. Sem mudar a Previdência, em 2024 o orçamento só pagará saúde, educação, folha de pagamento e Previdência. Não sobraria nenhum recurso discricionário, a manter-se a lógica atual", afirmou, em reunião com líderes da base aliada do governo no Congresso.
"Agora é a hora, porque não temos alternativa. A questão é existirem ou não existirem as contas públicas brasileiras", completou.
Padilha voltou a dizer que o ajuste fiscal no Brasil é "um corpo de diversas partes", sendo o Teto do Gasto a primeira delas e a Reforma da Previdência a segunda.
"Uma sem a outra não trará o resultado que a economia brasileira precisa. Temos que mostrar que a reforma é o mecanismo para a garantia da manutenção do sistema", acrescentou.
O ministro ainda argumentou que, ao fazer a reforma, o País seguirá o caminho de outros países que já atualizaram seus modelos previdenciários.
Ele lembrou que em 1934, no primeiro regime previdenciário brasileiro, já havia a idade mínima de 65 anos, que foi flexibilizada na década de 1960.
"O Brasil também caminha na direção para tratar de forma igualitária a aposentadoria homens e mulheres. Na questão da pensão, somos os retardatários para nos adaptarmos às regras gerais", alegou.
"A sociedade sabe que, se não reformarmos agora a Previdência, os seus filhos e netos não terão aposentadoria. Então é tema árido, mas temos as condições políticas para fazer (a reforma)", concluiu.