O governo confirmou novas medidas para estimular as exportações (Arquivo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 16h51.
Brasília – O governo brasileiro vai anunciar medidas de incentivos às exportações de manufaturados até março, adiantou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira.
“Teremos outras medidas de incentivo, principalmente para os manufaturados terem crescimento nas exportações brasileiras. Serão medidas que incentivem as exportações de produtos de média e alta tecnologia. É um momento importante. A gente acha que tem condições, em um momento de crise internacional, de entrar nos mercados”.
O momento econômico de incertezas em relação à crise internacional fez com que o governo não divulgasse a meta de exportações de 2012. Segundo o secretário-executivo, “ainda é difícil ter qualquer tipo de previsibilidade” no atual cenário. “Não vamos apresentar a meta agora, porque temos dificuldade de leitura do atual cenário, analistas divergem muito no crescimento. Existe total discrepância e descoordenação da meta a ser atingida”.
O Banco Central prevê crescimento de 4,3%, chegando a US$ 267 bilhões os embarques externos neste ano. Já a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acha que haverá decréscimo de 7,4% nas exportações brasileiras, que devem somar US$ 237 bilhões, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) calcula que as vendas internacionais atingiriam US$ 275 bilhões, em 2012. Os bancos privados estimam variação entre queda de 7% e alta de 5%.
A previsão é que a meta consolidada do governo seja divulgada no primeiro trimestre deste ano. Em 2011, a meta de exportações foi US$ 257 bilhões. Mesmo sem fixar um valor, a expectativa é que a soma deste ano fique acima da atingida no ano passado. “No ponto de vista da indústria, 2012 vai ser um ano difícil, mas esperamos crescimento das exportações brasileiras e de superávit”, disse o secretário-executivo.
Entre os pontos negativos da crise internacional, Teixeira destacou o menor crescimento da China, escassez de crédito internacional e enxugamento da liquidez que refletem em desaquecimento da demanda. “Esse cenário pode colocar o crescimento das exportações brasileiras em situação difícil com o acirramento da concorrência internacional”.
Para lidar com esse cenário, o secretário-executivo ressaltou que a taxa de câmbio brasileira poderá ficar mais alta este ano. Além disse, ele observou que os preços das commodities agrícolas estão “menos sujeitas a queda, devido a demanda aquecida por alimentos e estoques baixos”. Além disso, “as economias em desenvolvimento vão ter crescimento superior às desenvolvidas".