Economia

Quanto vale um dragão? A riqueza das famílias em Game of Thrones

Ranking dos mais ricos de Westeros compara quanto tinham no início da série e quanto têm antes da oitava e última temporada

GoT: dragões superam todos os outros ativos (HBO/Reprodução)

GoT: dragões superam todos os outros ativos (HBO/Reprodução)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 16 de abril de 2019 às 10h23.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às 18h43.

Qual é o valor de um dragão?

Esta foi a grande pergunta para quem se dispôs a avaliar as fortunas das dinastias que movem Game of Thrones, a épica série que voltou para a HBO em 14 de abril. A saga mistura cavaleiros medievais, castelos, bruxaria, zumbis e dragões, mas, no fundo, é uma competição entre nove famílias muito abastadas. A Bloomberg News tem prática em medir o patrimônio dos bilionários do mundo real. Por isso, decidimos criar um ranking dos mais ricos de Westeros, comparando quanto tinham no início da série e quanto têm antes da oitava e última temporada.

Material é o que não falta. Os cinco livros de George R.R. Martin foram transformados em mais de 60 horas de drama na TV, em alguns casos com desdobramentos bastante diferentes do que o autor escreveu. Usar essas informações para calcular o patrimônio das famílias dominantes desde o começo da série até os episódios finais é mais complexo do que levantar testamentos, demonstrações financeiras e dados de fundos de investimento para desvendar quem são os bilionários do planeta.

“Os livros detalham bastante a situação econômica de cada família”, mas nem tudo aparece no programa, disse o crítico Adam Whitehead, elogiado pelo próprio Martin.

Especialistas em finanças — e em Game of Thrones — nos ajudaram a calcular os ativos dos Stark, Lannister e outras casas da nobreza. Para todos eles, no fim das contas, a grande pergunta foi: quanto vale um dragão?

Três ovos de dragão revertem a fortuna da pobre suposta herdeira da Casa Targaryen. No mundo da fantasia de Game of Thrones, os dragões foram extintos poucas gerações atrás. Quando adultos, os dragões de Daenerys Targaryen são fonte de poder quase incomparável. Alguns métodos podem ajudar a estimar seu preço. Um deles é compará-los à força de soldados humanos, propôs Michael Whitmire, presidente da companhia de contabilidade em nuvem FloQast.

“Quantos humanos seriam necessários para alguém escolher um grupo de pessoas em vez de um dragão?”, perguntou ele.

Uma transação entre Daenerys e mercadores quase estabelece um preço. Ela aceita trocar um de seus dragões bebês por 8.000 soldados escravizados e 5.000 aprendizes. Logo fica claro que a troca é uma cilada. Daenerys dá ordem para seu dragão incinerar os mercadores e liberta os escravos.

Em se tratando de ativos difíceis de vender e sem comparação no mercado, especialistas em finanças provavelmente usariam dois métodos de cálculo, explicou Steve Schuetz, diretor-gerente da Valuation Research Corporation e viciado em Game of Thrones. Um é avaliar quanto custa ter um dragão — o tempo e dinheiro necessários para adquirir um ovo, chocá-lo e então criar e treinar o bebê. Outro método, o da renda gerada, calcula o quanto um dragão pode gerar para seu dono ou a potencial destruição que pode evitar.

Quando rivais descobrem a existência dos dragões da Casa Targaryen, a situação se complica. Schuetz lembra que ameaças ajudam a determinar o risco e o desconto a ser aplicado ao valor de um dragão.

Os rankings abaixo se baseiam em grande parte no trabalho de Whitehead, mas a Bloomberg concordou com outros especialistas, que argumentam que os dragões superam todos os outros ativos.

“Quem tem dragões tem o maior benefício econômico naquele momento”, disse Schuetz. “Quem tem dragões tem a capacidade não só de se proteger, mas de ser agressivo e pegar o que quiser.”

Dada a escolha, qualquer um preferiria ter dragões.

Casa Targaryen

  • Classificação atual: 1
  • Classificação inicial: 9

No começo da saga, a dinastia que um dia dominou Westeros não tem onde morar, sofre tentativas de assassinato e possui apenas o peso de seu nome e três ovos de dragão. Porém a sorte da família então mais pobre de Game of Thrones muda drasticamente. Além dos dragões, Daenerys Targaryen chega ao final da história tendo controle de um exército, do Rochedo Casterly, da Casa Lannister e das cidades de Slaver’s Bay.

Casa Lannister

  • Classificação atual: 2
  • Classificação inicial: 1

O vasto patrimônio da família pode ser quantificado pelos 3 milhões de dragões de ouro em empréstimos concedidos ao Rei Robert Baratheon, além de exércitos bem equipados e comércio com cidades livres como Braavos. O acesso ao sistema financeiro global ajuda os Lannister a manter controle do Trono de Ferro. Cersei cumpre a promessa de pagar dívidas com o Iron Bank e usa outro empréstimo para contratar 20.000 mercenários.

Casa Arryn

  • Classificação atual: 3
  • Classificação inicial: 3

As montanhas que formam defesa natural do Vale são ativo importante da família, permitindo que o povo trabalhe na terra e em outras atividades sem enfrentar guerras. O Vale abriga o porto de Gulltown, o mais perto da cidade livre de Braavos. Os Cavaleiros do Vale têm montaria e valem bem mais do que soldados a pé.

Casa Stark

  • Classificação atual: 4
  • Classificação inicial: 4

Os Stark e suas casas vassalas podem controlar mais terras, mas são pouco habitadas e difíceis de percorrer. Madeira, ferro e prata oferecem oportunidades de desenvolvimento, porém a mão de obra limitada e o inverno que se avizinha atrapalham essas empreitadas. Assim como a Sibéria, o Norte é um lugar onde é difícil lutar e prosperar.

Casa Greyjoy

  • Classificação atual: 5
  • Classificação inicial: 7

No início da série, os Greyjoy têm poucos recursos à disposição para progredir economicamente. Mas o panorama financeiro melhora. A promessa de Euron Greyjoy de construir 1.000 navios, no final da sexta temporada, é claramente exagero. Mas navios são valiosos, especialmente se usados para comércio e não para invasões. A expansão da frota indica ascensão da família.

Casa Martell

  • Classificação atual: 6
  • Classificação inicial: 6

Dorne é uma região pouco povoada e com pouca terra para cultivo, mas exporta vinho e uvas. A Casa Martell tem soldados e navios. A maioria dos personagens da família morre até o final da sétima temporada, mas Oberyn disse ter oito filhas na quarta temporada.

Casa Tully

  • Classificação atual: 7
  • Classificação inicial: 5

Tully deveria ser uma região rica, com terra fértil e central, mas a localização impõe destruição regular sempre que uma guerra explode por ali. O Tully mais importante a sobreviver cai prisioneiro dos Frey e dá ordens para seus soldados se renderem. Não está claro se sobrou alguma fortuna no fim da série.

Casa Baratheon

  • Classificação atual: 8
  • Classificação inicial: 8

Mesmo sentado no Trono de Ferro, o Rei Robert Baratheon não era tão afortunado. Ele começou a série com uma dívida de mais de 6 milhões de dragões de ouro, sendo 3 milhões devidos aos Lannister. No final da sétima temporada, os irmãos Robert, Stannis e Renly Baratheon estão mortos. Mas o filho ilegítimo de Robert, Gendry, parece ter melhor sorte ao participar da comitiva de Jon Snow.

Casa Tyrell

  • Classificação atual: 9
  • Classificação inicial: 2

No começo da série, os Tyrell disputavam com os Lannister a posição de maior fortuna de Westeros. Tinham vastas terras férteis, uma grande população pagadora de impostos e capacidade de arregimentar grandes exércitos. Porém, seu aparato militar era considerado muito inferior aos batalhões dos Lannister. A continuidade da família Tyrell (após a morte de Margaery e Loras) é duvidosa. Lady Olenna, que de fato comanda a família, ingere veneno após a captura de Highgarden pelos Lannister. Essa família outrora tão rica pode desaparecer.

Acompanhe tudo sobre:Game of ThronesRiquezaSéries

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo