O empresário Eike Batista, presidente da EBX, que controla a petrolífera OGX (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Porto Velho - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o otimismo é "exageradamente grande" no que se refere às estimativas da capacidade de produção dos campos de gás descobertos no Maranhão pela petroleira OGX, do grupo empresarial Eike Batista.
"Não sabemos ainda o total, porque ainda não foi certificado. Mas o otimismo é exageradamente grande. Se fala em 12 a 15 milhões, a metade do que trazemos da Bolívia", disse Lula referindo-se à importação diária de 30 milhões de metros cúbicos da Bolívia. As declarações do presidente foram feitas durante discurso na visita às obras da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO).
O presidente também destacou a característica do Brasil de gerar 85% de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Ele fez até referências à chamada crise dos bagres, que há cerca de dois anos atrasou o licenciamento das usinas do Rio Madeira. Lula chegou a brincar afirmando que usaria pessoalmente um barco para transportar os peixes para a barragem. "Mas descobrimos que todas as espécies de bagre podem ser criadas em cativeiro", disse.
Lula cobrou serenidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para aprovar a intenção do consórcio de Jirau de aumentar a capacidade da usina de 3,450 megawatts para 3.700 megawatts. "Eu só tenho mais quatro meses de mandato. Então eles (Aneel e Ibama) que sejam espertos", disse. Para aumentar essa capacidade de produção, a quantidade de turbinas da usina aumentará da previsão atual de 46 máquinas para 50. Mas isso só poderá acontecer com o aval dos dois órgãos.
Brasileiro é o 'cara'
Lula disse também que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se enganou quando disse que ele, Lula, era "o cara". "O Obama deveria ter dito: Lula você é apenas o presidente. Os cara (sic) são o povo brasileiro, que não deve a ninguém do ponto de vista da competência e da capacidade de trabalho", afirmou o presidente ao encerrar seu discurso aos operários que estão construindo a hidrelétrica de Jirau.
Lula não fez nenhuma referência direta às eleições ou a sua candidata Dilma Rousseff, mas empregou frases de efeito no discurso. "O Brasil não pode parar. O Brasil encontrou sua autoestima e voltou a ter orgulho de si próprio", disse o presidente, que brincou com os operários afirmando que sua visita às usinas do Madeira seria a última que faria ao local como presidente. Ele afirmou que só voltará agora na inauguração, se for convidado.
O presidente cometeu uma gafe no início de seu discurso ao chamar o governador de Rondônia de João Aparecida Cachula. Logo em seguida, o próprio Lula se corrigiu e usou o sobrenome correto, que é Cahulla.
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