Economia

Otimismo com Brasil é mero sonho de investidores, diz FT

Jornal britânico aponta que Bolsonaro como "mais provável sucessor" de Temer, as "perspectivas de reformas liberais e pró-crescimento são sombrias"

 (Governo do Rio de Janeiro/Divulgação)

(Governo do Rio de Janeiro/Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 14h57.

Última atualização em 20 de setembro de 2017 às 15h30.

São Paulo - "A perfeição que os investidores estão precificando tem mais chance de permanecer um sonho", diz uma matéria do Financial Times publicada na última segunda-feira (18).

O otimismo com o Brasil tem se intensificado recentemente, como mostra a queda do dólar e os recordes do Ibovespa, diz o texto da seção Smart Money assinado por Jonathan Wheatley.

O jornal britânico reconhece que há motivos para isso, como o "time dos sonhos" na equipe econômica e os números que mostram recuperação do crescimento após dois anos de recessão brutal.

Também são citadas reformas aprovadas no último ano como a trabalhista, o teto de gastos atrelado à inflação e a nova taxa de juros de longo prazo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mas o obstáculo das contas públicas permanece, já que equilibrá-las exigiria transformar o déficit atual de 2,7% do PIB em um superávit de 3% a 3,5% do PIB, uma virada de 6 pontos percentuais.

Não há chance disso acontecer mesmo com reforma da Previdência. O jeito seria mexer nos 85% de gastos mandatórios pela Constituição, mas isso é algo que ninguém está prometendo.

O texto aponta o deputado federal carioca Jair Bolsonaro como o "mais provável sucessor" do presidente Michel Temer, e com isso "as perspectivas para reformas liberais e pró-crescimento são sombrias".

E isso foi antes da última pesquisa eleitoral, divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que mostra Bolsonaro com quase 20% nas intenções de voto estimuladas.

Ele fica logo atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujas chances de concorrer vêm diminuindo devido a problemas judiciais.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrise políticaEleições 2018Financial TimesIbovespaJair BolsonaroRecessão

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo