Economia

Otimismo com a economia tem pior índice em 8 anos, aponta Ibope

Apenas 21% preveem mais prosperidade no próximo ano, metade do porcentual obtido no levantamento anterior, feito no final de 2016

Otimismo com a economia chegou em novembro ao patamar mais baixo dos últimos oito anos (Paulo Whitaker/Reuters)

Otimismo com a economia chegou em novembro ao patamar mais baixo dos últimos oito anos (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 11h18.

São Paulo - O otimismo dos brasileiros em relação ao desempenho da economia teve uma queda significativa e chegou em novembro ao patamar mais baixo dos últimos oito anos, segundo série histórica de pesquisas Ibope.

Apenas 21% preveem mais prosperidade no próximo ano - metade do porcentual obtido no levantamento anterior, feito no final de 2016.

A expectativa no governo federal é de que a melhora lenta da atividade econômica - incluindo os indicadores de crescimento, renda e emprego - se transforme em um ativo eleitoral para impulsionar um candidato governista na disputa presidencial do próximo ano.

A mais recente pesquisa do Ibope traz outras más notícias para Temer: mais de 80% da população considera que o governo brasileiro é corrupto, está no rumo errado e não respeita a vontade dos cidadãos.

A pergunta específica sobre a economia em 2018 revela que 28% dos brasileiros preveem mais dificuldades em 2018, e que quase metade (48%) prevê que nada mudará em relação a este ano.

"Apesar de a economia dar sinais de melhora, ela ainda não está sendo percebida pela população, por isso a expectativa em relação ao próximo ano é a pior da série histórica medida desde 2010", disse Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope.

O futuro de Temer está atrelado ao bom desempenho da economia principalmente porque o nome mais citado entre os possíveis candidatos da coalizão governista é justamente o de seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD.

A avaliação do Palácio do Planalto é a de que os indicadores de emprego e renda estarão mais favoráveis no próximo ano, o que dará aos governistas capital político para disputar a Presidência.

No final de setembro, levantamento do Ibope revelou que apenas 3% da população considera a gestão de Temer ótima ou boa. Nas pesquisas eleitorais mais recentes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem aparecido em primeiro lugar, seguido pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Reservas

Quase nove em cada dez brasileiros não estão conseguindo guardar dinheiro, segundo o levantamento do Ibope. Nos estratos de maior renda (classes A e B), quase um quarto da população chega ao final do mês sem gastar toda a renda. Nas classes D e E, apenas 5% fazem o mesmo.

O instituto também fez um questionamento menos específico, sobre como será o ano que vem "de maneira geral". Para 41%, será melhor (queda de 27 pontos porcentuais em relação à pesquisa de 2016). Para 29%, será pior (os pessimistas eram 17% há 12 meses).

O Ibope fez a pesquisa como parte de um estudo internacional sobre as expectativas em relação a 2018 e a percepção das populações de diferentes países sobre diversos governos e líderes mundiais.

No caso do Brasil, 86% concordam com a afirmação de que o governo é corrupto. Para 81%, a vontade da população não é respeitada. Apenas 12% consideram que o País está sendo conduzido pelo caminho certo, e 85% opinam o contrário.

Segundo a pesquisa, há diferenças significativas nos níveis de otimismo em relação à economia nas distintas regiões do País.

No Sul, por exemplo, apenas 14% dos moradores esperam prosperidade no ano que vem - sete pontos porcentuais a menos do que na média nacional. No outro extremo, o Norte/Centro-Oeste, 29% estão otimistas.

O levantamento do Ibope foi realizado entre os dias 20 e 27 de novembro, com 2.002 entrevistados em 142 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança é de 95% - ou seja, se 100 pesquisas fossem feitas com a mesma metodologia, 95 teriam resultado dentro da margem de erro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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