Casal fazendo contas: segundo estudo, notas de crédito costumam convergir (ThinkStock/AndreyPopov)
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de outubro de 2015 às 07h00.
São Paulo - O clichê de que "os opostos se atraem" tem raízes firmes na cultura popular e pode até fazer sentido em termos de personalidade, mas não em outras dimensões.
"Nós encontramos pessoas que são muito parecidas conosco porque essa é a posição onde nos colocamos", diz o economista Paul Oyer, de Stanford, em entrevista para EXAME.com sobre como usar a economia para achar um(a) namorado(a) online.
Um estudo publicado em agosto pelo Federal Reserve Board em Washington descobriu que os casais nos Estados Unidos tendem a ter notas de crédito similares (o tal nome "sujo" ou "limpo" na praça).
E mais: quem tem crédito melhor tem mais chance de entrar em um relacionamento estável, e quem casa com alguém muito diferente nesse sentido provavelmente verá sua relação se desintegrar mais cedo ou mais tarde.
"Indivíduos em relacionamentos comprometidos tem notas de crédito altamente correlacionadas com a dos seus parceiros. Elas tendem a convergir, especialmente em relacionamentos mais longos. Também vimos que a natureza da combinação inicial é altamente preditiva do resultado dos relacionamentos no sentido de que casais com uma janela grande de notas no início da relação tem mais chance de se separarem depois", diz o texto.
Os economistas Geng Li, do Federal Reserve Board, Jane Dokko, do Instituto Brookings, e Jessica Hayes, da UCLA (Universidade da Califórnia) usaram dados do escritório de crédito Equifax entre 1999 e 2014 com cerca de 12 milhões de indivíduos.
Com base em dados bancários e de hipotecas e falências, eles medem a probabilidade de um indivíduo dar o calote em um futuro próximo.
A informação é anônima, mas com registro de endereço é possível identificar quem passa a morar junto em determinado momento - seja como casados ou em união estável (outros tipos de coabitação ficam de fora).