Selic: Banco Central eleva taxa para 13,25% e mantém sinalização de alta (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 21h15.
O Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano, na estreia de Gabriel Galípolo na liderança do Comitê de Política Monetária (Copom). O comitê também reafirmou a previsão de nova alta na próxima reunião, em março.
A decisão foi unânime entre os nove membros do comitê, que agora conta com sete indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um crítico frequente dos juros elevados.
O Copom reforçou a expectativa de mais um aumento de 1 ponto percentual no próximo encontro, em março, quando a taxa pode alcançar 14,25% ao ano. Esse patamar foi o mais alto registrado durante o governo de Dilma Rousseff (2015-2016).
Para além de março, o comitê não se comprometeu com o fim do ciclo de altas, destacando apenas o compromisso com a meta de inflação.
“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, afirmou o Banco Central.
A sinalização pode decepcionar parte do mercado financeiro, que esperava uma indicação mais clara sobre a continuidade da alta dos juros em maio, diante da piora nas expectativas de inflação.
O BC ajustou sua avaliação sobre a atividade econômica no comunicado do Copom. Desta vez, mencionou apenas que a economia brasileira tem mostrado “dinamismo”, enquanto, em dezembro, havia destacado que esse dinamismo estava “acima do esperado”.
A economia aquecida é um dos fatores que pressionam a inflação, o que pode justificar novas altas nos juros nos próximos meses.
Sob a liderança de Galípolo, o Banco Central revisou o balanço de riscos para a inflação futura. Entre os novos fatores considerados, está uma desaceleração maior do que o esperado da economia brasileira.
Além disso, em meio às ameaças do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, o BC incluiu no comunicado o risco de “um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais”.
Como tem feito em todas as reuniões, o Copom reiterou o alerta sobre os efeitos da política fiscal na condução dos juros.
Segundo o comunicado, “a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”.
O Copom destacou que os dados recentes de inflação mostram elevação, mantendo-se acima da meta de 3,0%. O comitê também alertou sobre o distanciamento das expectativas inflacionárias em relação ao alvo estipulado.