Ministro Guido Mantega já foi criticado pelo excesso de otimismo com economia brasileira (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Diogo Max
Publicado em 27 de abril de 2014 às 18h13.
São Paulo – Que o Brasil não está em um bom momento, a maioria das pessoas já está careca de saber. Afinal, a taxa de juros está subindo, a inflação não volta para o centro da meta, as contas externas se deterioram com um rombo histórico e, ao que tudo indica, vem aí mais um PIBinho em 2014.
Mas, para o governo brasileiro, que tem um otimismo de sobra, as críticas só mostram a parte vazia do copo.
Jim Wygand, um economista americano e perspicaz em apontar as oportunidades para investidores mundo afora no Brasil, resolveu brincar com esse espírito esperançoso do nosso governo, fazendo uma lista dos 11 "conspiradores", que são frequentemente rechaçados em público.
E lá estão a revista The Economist e o jornal Financial Times, por publicarem más notícias e críticas ao mundo. O FMI e o Fórum Econômico Mundial, por comentarem a política econômica e avaliarem a falta de competitividade e o custo dos impostos para população, além do Banco Mundial, por "ousar questionar as políticas de desenvolvimento".
Os Estados Unidos e a União Europeia também são citados: o primeiro, por medo de ter o Brasil como um competidor mundial, e o segundo por questionar as barreiras comerciais na OMC.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) foi colocada na lista por comparar o nível de educação do nosso país com o de outros países, através dos estudos de PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
Já o Fed, banco central dos EUA, não poderia deixar de faltar, uma vez que o fim do programa de estímulos encarece o custo dos empréstimos no Brasil.
Os dois últimos são figurinhas carimbadas: a Fifa, que criticou a lentidão das obras para Copa do Mundo, e a agência de risco Standard & Poor's, que resolveu rebaixar a nota de crédito do país neste ano.
Somado a alguns outros "conspiradores" internos, conclui Jim Wygand, "é uma verdadeira maravilha que o governo consiga realmente guiar o Brasil à sua 'grandeza' inerente na comunidade das nações".