Economia

Orçamento de Trump rebaixa verba à ONU e elimina plano climático

Segundo o documento, o orçamento busca reduzir o financiamento a organizações cujas missões "não avançam de maneira substancial" os interesses dos EUA

ONU: a decisão estabelece as prioridades de despesa do novo governo do presidente Trump (Reprodução/Getty Images)

ONU: a decisão estabelece as prioridades de despesa do novo governo do presidente Trump (Reprodução/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2017 às 15h02.

Washington - O orçamento de 2018 apresentado nesta quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inclui a eliminação da Iniciativa Global de Mudança Climática, de contribuições ao Fundo Climático Verde da ONU e o rebaixamento da verba destinada a operações e trabalhos de pacificação da organização.

"O orçamento busca reduzir ou encerrar o financiamento direto para organizações internacionais cujas missões não avançam de maneira substancial os interesses exteriores de EUA, estão duplicadas ou não estão bem administradas", afirma o documento divulgado nesta quinta-feira.

Estes programas entram sob a coordenação do Departamento de Estado, um dos mais afetados pelos cortes de Trump, com uma redução de 28%, de US$ 52,8 bilhões para US$ 37,6 bilhões.

A Iniciativa Global de Mudança Climática, um plano dos EUA para incentivar o investimento em energias renováveis dotado com US$ 350 milhões, fica suspenso, assim como o financiamento do Fundo Climático Verde da ONU, ao qual restava fornecer US$ 2 bilhões dos US$ 3 bilhões prometidos pelo governo de Barack Obama (2009-2016).

O plano de Trump também afirma que será estabelecido um limite de 25% nos custos para os trabalhos de pacificação da ONU, contra os atuais 28%.

Além disso, indica que serão reduzidas as contribuições à ONU, de cujos custos operacionais os EUA arcam com 22%, embora não sejam divulgados números a respeito.

Também serão diminuídos os fundos para bancos multilaterais, inclusive o Banco Mundial, em US$ 650 milhões nos próximos três anos, mas os "EUA continuarão sendo o principal doador".

Por outro lado, reduz as atividades do Departamento de Estado em áreas de guerra como Síria, Iraque e Afeganistão de US$ 20 bilhões para US$ 12 bilhões, que passarão a ser administradas mais diretamente pelo Departamento de Defesa. O grosso da contribuição militar a Israel será mantido em US$ 3,1 bilhões.

Esta decisão estabelece as prioridades de despesa do novo governo do presidente Trump, mas dependerá de como o Congresso distribuirá o orçamento federal.

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