Viktor Orban: atual governador do Banco Central terá de jurar a recém-aprovada Constituição que dá cobertura às polêmicas leis que causaram o mal-estar de Bruxelas. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 13h07.
Budapeste - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, garantiu nesta quarta-feira que decidiu com a Comissão Europeia retirar a polêmica lei que limitava a autonomia do Banco Central da Hungria e que fez com que Bruxelas aplicasse sanções ao país centro-europeu.
Em entrevista divulgada nesta quarta-feira pela emissora 'Hirtv', Orban explicou que na terça respondeu às preocupações da UE durante a reunião com os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; do Conselho Europeu, Herman van Rompuy; e do Parlamento, Martin Schulz.
Orban informou que a lei que pretendia condicionar o banco emissor a uma nova entidade supervisora não é um 'assunto crucial' e reconheceu que 'melhor será mantê-las separadas'.
Na noite de terça-feira, após a reunião em Bruxelas, o premiê Orban confirmou que a lei será cancelada, de acordo com o portal 'hvg.hu'.
O político conservador afirmou que seus encontros com os líderes europeus serviram para alinhar posturas e que seu Governo está disposto a falar de tudo, apesar de existir assuntos sobre os quais a posição húngara não mudou.
O premiê destacou que o atual governador do Banco Central terá de jurar a recém-aprovada Constituição que dá cobertura às polêmicas leis que causaram o mal-estar de Bruxelas.
Insistiu que o salário do governador não pode exceder os 6,7 mil euros de teto para os funcionários públicos, porém se mostrou disposto a negociar.
Anunciou ainda a participação da Hungria no pacto de estabilidade europeu, para o qual irá pedir o apoio do Parlamento, onde seu partido, o Fidesz, controla dois terços dos assentos.
Orban garantiu que está preparado para retomar imediatamente os contatos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para receber o empréstimo internacional para aliviar a situação das finanças húngaras.
As negociações foram interrompidas por Bruxelas devido à insistência do Governo húngaro em manter uma série de polêmicas reformas legais, criticadas dentro e fora do país como um instrumento que restringe a separação dos poderes.
Após a reunião de terça-feira, Barroso emitiu um comunicado onde destaca que 'é essencial para a Comissão Europeia garantir que a legislação da UE, tanto na letra quanto no espírito, é totalmente respeitada pela Hungria, como por qualquer outro Estado membro'. EFE