Economia

Oposição quer que Senado indique diretoria da Petro-Sal

Senadores da oposição indicam que articularão para aprovar emenda ao projeto que cria a estatal Petro-Sal, para que seja obrigatória a aprovação pelo Senado dos membros que farão parte da diretoria executiva da empresa.   Das sete emendas apresentadas ao projeto na Comissão de Constituição e Justiça, até agora, três têm este objetivo. As emendas […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Senadores da oposição indicam que articularão para aprovar emenda ao projeto que cria a estatal Petro-Sal, para que seja obrigatória a aprovação pelo Senado dos membros que farão parte da diretoria executiva da empresa.

Das sete emendas apresentadas ao projeto na Comissão de Constituição e Justiça, até agora, três têm este objetivo. As emendas são assinadas pelos senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Arthur Virgílio (PSDB-AM).

No texto encaminhado pelo Executivo e aprovado pela Câmara dos Deputados no final do ano passado, é dito apenas que a diretoria será nomeada pelo presidente da República após indicação dos nomes pelo ministério de Minas e Energia.

O objetivo, segundo o senador Arthur Virgílio, é priorizar indicações de cunho técnico. Na avaliação do tucano, os membros da diretoria-executiva da empresa devem possuir notório saber na área.

"Para o alcance de tal objetivo, nos parece correto que, para a nomeação dos diretores, sejam adotados os mesmos procedimentos que acompanham a nomeação de todos os diretores das Agências Reguladoras, qual seja, a submissão das indicações do presidente da República ao Senado Federal, por meio de sabatina na Comissão de Infraestrutura", defende.

A Petro-Sal deve ser gerida, segundo projeto do governo, por uma diretoria-executiva e um conselho de administração. Este conselho, de acordo com o texto, será formado por representantes dos Ministérios de Minas e Energia; Fazenda; Planejamento; e da Casa Civil, além do diretor-presidente da empresa.

Outras alterações

A Petro-Sal será a estatal que vai administrar os contratos da produção do petróleo na camada do pré-sal. A empresa representará o governo nos comitês de gestão dos consórcios formados pelas empresas que irão participar da exploração do petróleo da camada pré-sal e também terá como objetivo fiscalizar os custos de produção.

Na avaliação do senador Pedro Simon (PMDB-RS), porém, a Petro-Sal não deveria ser uma estatal, e sim uma autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia. Isto porque, entende o senador, que a Petro-Sal não será "um empreendimento de prospecção e exploração, distribuição e comercialização de petróleo", e sim "uma empresa típica de representação, análise, regulação e gestão dos contratos entre o Poder Público e empresas pública e privadas".

Por fim, o senador Arthur Virgílio também defende alteração na formação do capital social da Petro-Sal que, segundo projeto do governo, será representado por "ações ordinárias nominativas, integralmente sob a propriedade da União". Emenda do líder tucano propõe a seguinte distribuição para as ações da futura empresa: União, 51%; Estados, 25%; acionistas minoritários, 9%. Os últimos só poderão comercializar suas ações para a União, não podendo oferecer a outros acionistas.

"O objetivo é assegurar que as unidades da Federação e municípios, resguardando o princípio previsto na Constituição Federal, tenham participação na remuneração dos contratos de partilha de produção efetuados pela Petro-Sal, bem como a população brasileira, que poderá se apropriar da riqueza gerada" defende Virgílio no texto da emenda.

O projeto que cria a Petro-Sal está em tramitação nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE) e Infraestrutura (CI). Apenas na CCJ o relator está designado, será Tasso Jereissati (CE), do PSDB.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaGovernoOposição políticaPetróleoPolítica

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto