Tsipras reiterou em várias ocasiões que não aceitará um acordo que obrigue o Executivo a cortar salários e pensões e a suprimir os convênios coletivos (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2015 às 12h52.
Atenas - O porta-voz do grupo parlamentar de Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, afirmou nesta quinta-feira que, na atual situação, "o melhor cenário para a Grécia é um novo resgate e o pior é uma quebra".
Em uma conferência em Atenas organizada pela revista inglesa "The Economist", o político conservador comentou que o partido está disposto a apoiar o governo caso seja firmado qualquer tipo de acordo com os credores, porque "é melhor ter um resgate que permita ao país dispor fundos do que ficar sem dinheiro".
O Executivo continua a negociar para conseguir um acordo com as instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que permita desbloquear os 7,2 bilhões de euros pendentes do segundo programa de resgate.
O líder parlamentar da Nova Democracia declarou que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, "deve trabalhar duro para aplicar uma política realista que está em conflito com a ala esquerda de seu partido", algo que, segundo ele, obriga o país a "tomar uma decisão entre fazer reformas dentro da Europa ou chegar à quebra".
A equipe de Tsipras reiterou em várias ocasiões que não aceitará um acordo que obrigue o Executivo a cortar salários e pensões e a suprimir os convênios coletivos.
Mas o mandato recebido pelo novo governo ao ganhar as eleições, segundo Mitsotakis, consiste em "conseguir um acordo melhor e em não chegar a um confronto com os credores".
Mesmo assim, Mitsotakis se mostrou otimista que finalmente haverá um compromisso que dará fim ao conflito entre Grécia e Europa, o que levará a um "alívio temporário" da situação, mas não definitivo, já que o governo "leva nos genes as ideias de extrema esquerda, que não apoiam os investimentos no setor privado".
Mitsotakis se referiu aos investidores relacionados ao setor da energia, sobre os quais disse que não se sentirão cômodos negociando com "ministros que dizem abertamente que estão contra as políticas europeias relacionadas ao mercado energético".
O porta-voz do grupo conservador iniciou assim uma afronta ao representante mais visível da ala esquerda do Syriza, o ministro grego de Reconstrução Produtiva, Panayotis Lafazanis, conhecido por suas constantes declarações de caráter combativo.