Economia

Opep prevê queda na oferta de petróleo fora do grupo em 2016

Na nova previsão, a Opep estima que seus competidores produzirão 57,14 milhões de bpd em 2016: 250 mil bpd a menos do que calculava antes


	Na nova previsão, a Opep estima que seus competidores produzirão 57,14 milhões de bpd em 2016: 250 mil bpd a menos do que calculava antes
 (Andy Buchanan/AFP)

Na nova previsão, a Opep estima que seus competidores produzirão 57,14 milhões de bpd em 2016: 250 mil bpd a menos do que calculava antes (Andy Buchanan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 13h25.

Paris - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu sua projeção para a oferta de produtores que não pertencem ao grupo, levando em consideração que a forte queda nas cotações do petróleo atingirá os EUA e outros concorrentes seus nos próximos meses.

Em relatório mensal, a Opep agora prevê que seus competidores produzirão 57,14 milhões de barris por dia (bpd) em 2016, 250 mil bpd a menos do que calculava anteriormente e representando queda de 380 mil bpd em relação a este ano.

No documento, o cartel ressalta que a produção de óleo de xisto dos EUA está em declínio desde abril.

"Essa tendência de queda deve se acelerar nos próximos meses, em função de vários fatores, principalmente os preços baixos do petróleo e a diminuição das atividades de perfuração", diz a Opep.

O relatório veio depois da decisão da Opep de abandonar sua meta de produção de 30 milhões de bpd, em reunião realizada em Viena, na última sexta-feira, e continuar com a estratégia de manter a produção elevada para defender sua participação de mercado.

No documento de hoje, a Opep sinaliza que a estratégia teve algum êxito em pressionar a produção dos EUA, que exige preços mais altos para ser viável, mas que o mercado de modo geral ainda não se recuperou, com o preço do petróleo tipo Brent chegando a recuar para menos de US$ 40 por barril nos últimos dias.

Os integrantes da Opep preveem que a fraqueza dos preços irá gerar forte demanda em 2016. O grupo reiterou esperar que a demanda aumente em cerca de 1,25 milhão de bpd no próximo ano, desacelerando-se em relação ao avanço de 1,53 milhão de bpd estimado para este ano.

A Opep alertou, porém, que sua "previsão de demanda está sujeita a incertezas consideráveis, que incluem o ritmo de crescimento econômico, a evolução dos preços do petróleo e condições climáticas, assim como o impacto de políticas de substituição e de energia".

O cartel disse ainda que a demanda por seu petróleo ficou em 29,4 milhões de bpd este ano, menor que sua produção atual e representando uma revisão para baixo, de 200 mil bpd, em relação a estimativas anteriores.

A previsão para a demanda pelo petróleo da Opep em 2016 continua inalterada em 30,8 milhões de bpd, com aumento de 1,5 milhão de bpd em relação a este ano.

A Opep também informou que sua produção cresceu 230,1 mil barris em novembro ante o mês anterior, a 31,695 milhões de bpd, graças principalmente ao avanço visto no Iraque. O grupo responde por cerca de um terço do resultado mundial.

Com base em dados de fontes secundárias, a produção iraquiana aumentou 247,5 mil bpd no mês passado, a 4,307 milhões de bpd. A Arábia Saudita, líder da Opep e maior exportador mundial de petróleo, produziu 10,13 milhões de bpd em novembro, 25,2 mil bpd menos que no mês anterior.

A Opep revisou para cima sua projeção de crescimento para produtores de fora do grupo em 280 mil bpd, a 1 milhão de bpd, graças a dados de produção dos EUA, Reino Unido, Brasil, Rússia e China.

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