Economia

Opep prevê que sua oferta sofrerá queda de 1,6 milhão de barris por dia

Planos de produção da Opep também serão atingidos pelo avanço mais contido da demanda global por petróleo, que deve cair

Extração de petróleo: estratégia de restringir a produção é para estabilizar os preços da commodity (Benjamin Lowy/Getty Images)

Extração de petróleo: estratégia de restringir a produção é para estabilizar os preços da commodity (Benjamin Lowy/Getty Images)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 06h33.

Última atualização em 5 de novembro de 2019 às 06h35.

São Paulo — A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse hoje prever que sua oferta de petróleo diminuirá continuamente nos próximos cinco anos, sugerindo que o cartel poderá ter de manter a estratégia de restringir a produção para estabilizar os preços da commodity em meio a uma expansão maior do que se previa na produção dos Estados Unidos e demanda fraca.

A Opep e aliados que incluem a Rússia vão debater se devem manter ou aprofundar os cortes na produção combinada, atualmente em 1,2 milhão de barris por dia (bpd), durante reunião marcada para 5 de dezembro.

Apesar das amplas restrições dos últimos dois anos, a Opep projeta em relatório anual de perspectiva que sua oferta sofrerá uma queda adicional de 1,6 milhão de bpd até 2025. No ano passado, o grupo havia previsto que sua produção cresceria 500 mil bpd no período.

No relatório, divulgado nesta terça-feira, a Opep disse que a mudança na previsão está relacionada a um aumento mais veloz do que o previsto da produção de óleo de xisto dos EUA. Segundo o cartel, a oferta americana de óleo de xisto deverá crescer em 6,7 milhões de bpd no médio prazo.

Os planos de produção da Opep também serão atingidos pelo avanço mais contido da demanda global por petróleo, em meio a crescentes incertezas econômicas e à medida que governos implementam políticas para mitigar mudanças climáticas.

No documento, a Opep estima que o aumento da demanda global por petróleo vai desacelerar de 1,1 milhão de bpd em 2019 para 900 mil bpd em 2024.

França

O presidente francês Emmanuel Macron pediu nesta terça-feira a China que consolide a abertura de seu grande mercado às empresas estrangeiras e que coopere com a Europa na luta contra as tentações unilaterais, em um momento de tensão comercial.

"Precisamos de uma abertura maior da China e de seu mercado", declarou o francês durante a cerimônia de inauguração da Exposição Internacional de Importações da China.

Macron citou muitos avanços nos últimos anos, incluindo cortes tarifários e reformas no setor financeiro. "Mas pedimos sua consolidação e aprofundamento", completou.

Para sua segunda visita em dois anos a China, Macron viaja acompanhado por executivos das principais empresas francesas presentes no país de maior população do mundo, assim como de companhias que desejam entrar no gigante asiático mas enfrentam barreiras.

Macron defendeu um acordo comercial entre China e Estados Unidos "que preserve os interesses" de outros países, começando pelos da União Europeia, principal parceiro econômico de Pequim.

Sem citar o presidente americano Donald Trump, Macron denunciou o recurso "da ação unilateral, da arma tarifária e da lei do mais forte".

"A guerra comercial só causa perdedores" e afeta negativamente o crescimento global, disse o francês.

Trump anunciou que em um novo acordo Pequim se comprometerá a comprar mais produtos agrícolas dos Estados Unidos.

Para Macron, UE e China devem trabalhar em "uma agenda de cooperação e harmonia", que supere as divergências, às vezes profundas, entre seus dois modelos.

"Que jovem chinês pode estar convencido do interesse da abertura do comércio internacional se isto não o ajudar a viver melhor, a se alimentar melhor? Que jovem francês pode estar convencido do interesse da abertura se isto o torna mais dependente de escolhas tecnológicas feitas em outros lugares e menos dono de seu destino?", perguntou.

Durante a visita, que termina na quarta-feira, devem ser anunciados quase 40 contratos, especialmente nos setores da aeronáutica, espaço e agricultura, segundo a presidência francesa.

A China é atualmente o sétimo maior cliente da França e o segundo maior fornecedor. As exportações francesas para o país asiático cresceram 11% no ano passado, a 21 bilhões de euros.

A visita também será marcada pela inauguração do novo Centro Georges Pompidou, destinado a virar um grande espaço cultural de Xangai.

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