Economia

Opep e Rússia aprofundam cortes na produção de petróleo

Existem divisões na coalizão sobre quando a redução na oferta deve acabar; atual acordo vence em junho

Produção de petróleo: países tem até junho para definir se continuam a reduzir o volume produzido (Christian Hartmann/Reuters)

Produção de petróleo: países tem até junho para definir se continuam a reduzir o volume produzido (Christian Hartmann/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2019 às 06h44.

Baku — A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e um grupo de outras dez nações produtoras, lideradas pela Rússia, têm aprofundado seus cortes na produção, mas continuam divididos sobre se essa redução deve seguir em vigor até o fim do ano, afirmaram autoridades neste domingo.

A Arábia Saudita, líder de fato da Opep, se reuniu com a Rússia e algumas outras nações em Baku, no Azerbaijão, para revisar como a coalizão de 24 países cumpre o acordo de dezembro de retirar do mercado 1,2 milhão de barris por dia (bpd).

O ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih, afirmou em entrevista coletiva que a coalizão implementou cortes que chegaram a 90% do combinado. Em março, eles estarão "acima de 100% facilmente", garantiu, o que significa que a coalizão deve cortar a oferta em mais de 1,2 milhão de bpd.

O Iraque, segundo maior produtor da Opep, e a Rússia, maior aliado externo do cartel, não conseguiram cumprir suas metas no primeiro bimestre deste ano. Mas o ministro da Energia russo, Alexander Novak, disse que seu país agora cumpre com o corte combinado para ele, de 230 mil bpd. Ele disse que os atrasos ocorreram por causa do frio extremo no período.

O ministro da Energia iraquiano, Thamir Ghadhban, afirmou que Bagdá estava cortando fortemente suas exportações, neste momento.

Há, porém, divisões na coalizão sobre quando o corte na oferta deve acabar. O atual acordo vence em junho e o grupo discorda sobre o impacto das sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela e o Irã, membros da Opep. Falih disse que não houve queda excessiva no nível de produção dos dois países e que é preciso manter o rumo até junho. O ministro saudita ainda comentou que os cortes podem ter de seguir em vigor até o fim de 2019.

Já Novak afirmou que a incerteza sobre a implementação de sanções dos EUA complica os planos de cortes futuros do grupo. "Nós não sabemos o que acontecerá em abril, portanto não posso prever o segundo semestre", comentou.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaOpepPetróleoRússia

Mais de Economia

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS