Economia

Opep confirma aumento da produção de petróleo

Grupo de 24 países, que responde por mais de 50% das exportações mundiais, pretende atender coletivamente todas as cotas de produção

Ministro saudita da Energia Khaled al-Faleh e o russo Alexander Novak em reunião em Djeddah, na Arábia Saudita (Amer HILABI/AFP)

Ministro saudita da Energia Khaled al-Faleh e o russo Alexander Novak em reunião em Djeddah, na Arábia Saudita (Amer HILABI/AFP)

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AFP

Publicado em 23 de junho de 2018 às 10h28.

Última atualização em 23 de junho de 2018 às 10h29.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, incluindo a Rússia, validaram neste sábado (23) o aumento na produção de petróleo para aliviar os preços, anunciou o ministro angolano do Petróleo, após uma reunião em Viena.

"Nós concordamos sobre o princípio" deste aumento, disse o ministro, Diamantino Azevedo, após o encontro que reuniu os 14 países da Opep e seus 10 parceiros, no dia seguinte a uma decisão nesse sentido do cartel.

O grupo de 24 países, que responde por mais de 50% das exportações mundiais, pretende atender coletivamente todas as cotas de produção que havia decidido no final de 2016, mas que não foram alcançadas na prática.

Segundo a Arábia Saudita, isso poderia representar um aumento de cerca de "um milhão de barris por dia", número que, no entanto, não aparece no documento oficial.

Favoráveis ao aumento da produção, a Rússia e a Arábia Saudita, preocupadas com o superaquecimento do mercado frente ao aumento da demanda e dos preços, tiveram que convencer o Irã, cujas capacidades de produção e exportação são restringidas pelas sanções americanas.

Desde 2016, a Opep e seus parceiros têm um acordo que limitou sua produção e que levou o barril de petróleo a superar os 70 dólares nos últimos meses - em comparação com os menos de 30 do início de 2016.

Mas tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia pediram uma mudança de rumo, apesar da relutância do Irã, sujeito às sanções dos Estados Unidos e, como resultado, com dificuldade de extrair mais petróleo.

Soma-se a isso a pressão dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, voltou a criticar na sexta-feira os altos preços do petróleo, uma questão delicada poucos meses antes das eleições legislativas de novembro.

"Espero que a Opep aumente substancialmente sua produção. Precisamos manter os preços baixos!", tuitou Trump logo após o anúncio em Viena.

Os sauditas estavam particularmente preocupados com a queda na produção, não apenas no Irã, mas também na Venezuela, e temem que haja escassez de petróleo no mercado nos próximos meses.

Na mesma linha, o ministro russo do Petróleo, Alexander Novak, alertou na quinta-feira que, embora o mercado esteja "equilibrado", por enquanto "é muito importante evitar o superaquecimento".

O Irã culpa as sanções americanas pela alta de preços. "Foi o presidente Trump quem criou as dificuldades do mercado com sanções contra dois membros fundadores da Opep", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Zanganeh, na terça em Viena, referindo-se a seu país e à Venezuela.

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