Ban: "A pobreza, a discriminação e a violência alimentam-se de delas próprias" (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 21h19.
Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira a criação de novas políticas públicas para fomentar o surgimento de emprego e a elaboração de mecanismos para financiar o desenvolvimento sustentável como as duas principais receitas para acabar com o 'círculo vicioso' da pobreza e discriminação.
Ban fez a declaração durante reunião entre o Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc) com as instituições que formalizaram o acordo de Bretton Woods, em 1944, e a Organização Mundial do Comércio (OMC), que acontecerá até amanhã na sede do organismo em Nova York.
'A pobreza, a discriminação e a violência alimentam-se de delas próprias', afirmou o principal responsável das Nações Unidas, que destacou que promover o desenvolvimento econômico, o emprego e o comércio, e financiar o desenvolvimento sustentável 'são as chaves' para acabar com esse 'círculo vicioso'.
Ban reiterou que o emprego é um aspecto essencial para acabar com a pobreza, e disse que postos de trabalho 'decentes e produtivos' fazem mais do que proteger as famílias da fome e da pobreza, porque 'ajudam a criar uma geração de consumidores, gente com poder aquisitivo que podem ajudar a ampliar a demanda'.
Outra receita contra a pobreza de Ban é o desenvolvimento sustentável. O secretário-geral lembrou os presentes para que se esforcem para conseguir resultados positivos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, que será realizada em junho.
'Estamos a cem dias da cúpula do Rio, cem dias para uma oportunidade única numa geração. Temos que chegar a um acordo sobre soluções sustentável para construir o futuro que queremos em matéria de desenvolvimento, economia e igualdade', acrescentou o principal responsável da ONU.
Ban ressaltou que o desenvolvimento sustentável é sinônimo de 'nutrição, água saudável e serviços de saúde' para as comunidades, e defendeu políticas públicas que fomentem o desenvolvimento econômico 'sem contaminar o meio ambiente'.
O secretário-geral disse que a nova reunião da Ecosoc se produz em momentos de 'incerteza' mundial, no qual a queda das previsões de crescimento, particularmente nos países desenvolvidos, 'ameaça a frágil recuperação' da economia.
Por outro lado, o diplomata sul-coreano aproveitou novamente para lembrar as mudanças 'dramáticas' que se produziram no mundo nos últimos doze meses e disse que o 'despertar' vivido no mundo árabe voltou a evidenciar 'o poder dos povos para escrever a história'.