Obra em Doha, no Catar: é a segunda acusação de trabaho estravo que atinge o país (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2013 às 15h40.
Dubai - A Anistia Internacional divulgou um relatório denunciando o uso de mão de obra escrava de imigrantes do Nepal nas obras da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Catar.
Esta é a segunda acusação do tipo que atinge o país. Em setembro passado, o jornal britânico The Guardian publicou uma reportagem onde relatava a morte de 44 pessoas no verão do hemisfério norte devido às péssimas condições de trabalho nos projetos para o Mundial.
"Os nossos resultados indicam um preocupante nível de exploração da mão de obra utilizada nas construções no Catar. É simplesmente injustificável que em um dos países mais ricos do mundo existam tantos trabalhadores imigrantes explorados, privados de seus salários e que lutam para sobreviver", afirmou o secretário-geral da organização humanitária, Salil Shetty, que cobrou uma posição da Federação Internacional de Futebol (Fifa) sobre a violação de direitos humanos na nação árabe.
O relatório da Anistia Internacional mostra que os abusos incluem a falta de pagamento de salários, condições de trabalho difíceis e perigosas e alojamentos em situação "chocante".
De acordo com a entidade, os trabalhadores dormem em quartos superlotados, sem ar condicionado e com fossas descobertas. Segundo a Confederação Internacional dos Sindicatos (Ituc), a realização da Copa de 2022 vai provocar a morte de 4 mil operários imigrantes antes mesmo do seu início.