Economia

OMC define hoje quem será o novo diretor-geral do órgão

Na disputa estão o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, e o mexicano Herminio Blanco, de 62


	Roberto Azevedo, candidato brasileiro à liderança da OMC: ele tem o apoio explícito dos Brics, além dos países de língua portuguesa
 (REUTERS/Luke MacGregor)

Roberto Azevedo, candidato brasileiro à liderança da OMC: ele tem o apoio explícito dos Brics, além dos países de língua portuguesa (REUTERS/Luke MacGregor)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2013 às 10h26.

Brasília - A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve definir hoje (7), até o fim da tarde, quem será o novo diretor-geral da entidade. Na disputa estão o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, e o mexicano Herminio Blanco, de 62.

O novo diretor-geral assume o cargo em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy. Até ontem (6), a eleição estava bem disputada, segundo negociadores brasileiros. O anúncio oficial será feito amanhã (8).

Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão vota no nome de sua preferência. Para vencer, é preciso ter um mínimo de 80 votos e obter consenso entre as nações.

A escolha é feita em três etapas. Inicialmente, havia nove nomes e todos os candidatos concorreram. Na segunda, encerrada no dia 25, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase são apenas dois na disputa.

O processo de eleição para a OMC começou no fim de março, com nove candidatos. No fim de abril, a OMC comunicou que tinham passado à fase final apenas os candidatos do Brasil e do México.

Os presidentes Dilma Rousseff e Enrique Peña Neto, do México, participam diretamente das negociações, dando telefonemas e conversando com os líderes mundiais.


Ontem, a União Europeia e a Croácia, que têm 28 votos, fecharam o apoio ao mexicano. Mas os negociadores brasileiros mantiveram o otimismo, pois o processo eleitoral na OMC envolve também a articulação pelo consenso, e não apenas o voto. No caso, é possível mudar de posição até o último momento.

Azevêdo tem o apoio explícito dos Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), além dos países de língua portuguesa, de várias nações na América Latina, Ásia e África.

Desde 2008, ele é o representante permanente do Brasil na OMC, está diretamente envolvido em assuntos econômicos e comerciais há mais de 20 anos.

O embaixador brasileiro, que é diplomata de carreira, foi chefe do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores de 2005 a 2006 e chefiou a delegação do país nas negociações da Rodada Doha da OMC, sobre liberalização de mercados.

Blanco foi ministro do Comércio e Indústria, negociador-chefe do México para o Tratado de Livre Comércio das Américas (cuja sigla em inglês é Nafta) e atuou na articulação das mudanças estruturais na economia mexicana, tornando-a mais aberta e competitiva.

Acompanhe tudo sobre:ComércioComércio exteriorDiplomaciaOMC – Organização Mundial do Comércio

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal