Economia

Número de desempregados chegará a 200 milhões

Os dados fazem parte do relatório Tendências Mundiais do Emprego 2012, que prevê diferentes cenários em função do crescimento, estagnação ou piora da economia mundial

A OIT considera que o maior desafio é a criação de 600 milhões de novos empregos, 200 milhões para cobrir o déficit e mais 40 milhões anuais (Joe Raedle/Getty Images)

A OIT considera que o maior desafio é a criação de 600 milhões de novos empregos, 200 milhões para cobrir o déficit e mais 40 milhões anuais (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 21h04.

Genebra - Este ano o número de desempregados no mundo chegará a 200 milhões, mas pode chegar a 204 milhões se a desaceleração da economia se aprofundar e o crescimento mundial ficar abaixo de 2%, informou nesta segunda-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os dados fazem parte do relatório Tendências Mundiais do Emprego 2012, que prevê diferentes cenários em função do crescimento, estagnação ou piora da economia mundial.

O cenário base da OIT prevê que o número de desempregados em 2012 será de 200 milhões e que aumentará até 206 milhões em 2016, uma taxa que permaneceria sem variações em torno de 6%.

No caso de recessão, esse número dispararia para 204 milhões nesse ano e 209 milhões até 2013. Se a economia se recuperar, especialmente na eurozona, o prognóstico seria de 199 milhões em 2012, o que não alteraria a taxa de desemprego de 6%.

Estes números, no entanto, não refletem um fenômeno crescente, o dos desenganados: pessoas que deveriam fazer parte da população ativa e que não apenas não estão empregadas como deixaram de buscar trabalho, pois acham que o mercado não tem um lugar para elas.

A OIT calcula que existam 29 milhões de desenganados no mundo, o que equivale a 15% do total de desempregados. Por isso, a taxa mundial de desemprego, na realidade, seria de 6,9%.

Por regiões, em 2012 a taxas de desemprego ficará em 8,5% nos países desenvolvidos; em 7,2% na América Latina e no Caribe; em 4,1% na Ásia Oriental (incluída a China); em 4,7% no Sudeste Asiático; em 3,8% no sul da Ásia (incluindo a Índia); em 10,2% no Oriente Médio; em 10,9% no norte da África; e em 8,8% na África Subsaariana.


Do déficit de 200 milhões de empregos, 27 milhões podem ser atribuídos à crise a contar de 2007. A OIT calculou em 500 mil os postos de trabalho destruídos ou não criados durante os últimos dois anos.

A organização considera que o maior desafio é a criação de 600 milhões de novos empregos, 200 milhões para cobrir o déficit e mais 40 milhões anuais.

'O número é muito ambicioso porque estamos falando da necessidade de serem criados 400 milhões de bons postos de trabalhos e empregos decentes só para poder satisfazer a nova força de trabalho', disse em entrevista coletiva José Manuel Salazar-Xirinachs, diretor-executivo do setor de Emprego da OIT.

'Sabemos que é um desafio muito grande, infelizmente as perspectivas não são muito boas', acrescentou.

Os jovens são os mais afetados pela crise, já que têm quase três vezes mais possibilidade de estarem parados do que os adultos. Além disso, entre essa parcela da população existem 6,4 milhões de desenganados.

Segundo os dados da OIT, em 2011, 74,8 milhões de jovens estavam desempregados, quatro milhões a mais que em 2007.

Por outro lado, em nível mundial se estima que o número de trabalhadores em vulnerabilidade no emprego é de 1.520 milhões, um aumento de 136 milhões desde 2000 e de quase 23 milhões desde 2009.

Diante desta situação, a OIT propõe quatro ações: coordenar as políticas fiscais, reparar e regular o sistema financeiro, aplicar medidas que se centrem na economia real e encorajar o setor privado para que invista.

Tudo isto, sem comprometer a estabilidade fiscal, mas aplicando políticas de estímulo ao invés de medidas de austeridade.

'Os movimentos atuais em direção a políticas de austeridade vão piorar os problemas do mercado de trabalho. A experiência demonstra que é preciso investir na criação de emprego e estimular o investimento', conclui o estudo. 

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