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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Apesar do declarado interesse nos trechos Sul e Leste do Rodoanel, que demandarão investimentos de R$ 5,036 bilhões do vencedor, o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da OHL Brasil, Francisco Leonardo da Costa, disse hoje que essa "ainda é uma oportunidade de negócio indefinida". O mesmo vale para o projeto referente à construção do Trem de Alta Velocidade (TAV).
Segundo Costa, a empresa de origem espanhola ainda não formou consórcio para a licitação dos trechos Sul e Leste do Rodoanel porque ainda está "analisando as poucas informações disponíveis" sobre o projeto. Somente depois de publicado o edital é que a empresa poderá tomar "uma decisão mais concreta".
Em relação ao trem-bala, a OHL também diz que as informações disponíveis até agora não lhe permitem afirmar se o projeto, estimado pelo governo em R$ 34,6 bilhões, é viável do ponto de vista econômico e de engenharia. "Concretamente, não existe nenhuma informação que possibilite fazer qualquer plano de negócios para essa infraestrutura", afirmou o executivo, que participou hoje de teleconferência com analistas, investidores e jornalistas.
No ano passado, representantes da matriz da OHL vieram ao Brasil apresentar o modelo ferroviário adotado na Espanha. Hoje, ao ser questionado sobre um eventual interesse da OHL no projeto, Costa disse que a experiência que o grupo tem na Espanha é de trens metropolitanos, mais ligada à malha metroviária, e que trabalhar com um transporte de longa distância e alta velocidade seria algo novo. "Não definimos nada em relação a isso", comentou.
BNDES
A OHL Brasil espera que, até a metade do segundo trimestre, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) conclua sua análise sobre o financiamento de longo prazo de R$ 3,1 bilhões. A expectativa de Costa é de que os contratos sejam assinados no fim de junho.
Este empréstimo, com 12 anos de prazo, tem como objetivo financiar obras nas rodovias federais administradas pela empresa. O dinheiro será liberado na medida em que as obras forem executadas e os investimentos forem comprovados ao banco de fomento.
Por enquanto, a OHL tem contratado com o BNDES um empréstimo-ponte de R$ 1 bilhão, que foi estruturado em junho de 2009 para as concessionárias federais da companhia até que seja assinado o financiamento de longo prazo. Desse montante, foram desembolsados R$ 798,4 milhões até o fim de janeiro deste ano, explicou Costa. Quando o financiamento de longo prazo do BNDES entrar no caixa da OHL, o empréstimo-ponte será descontado daquele valor.
Ontem, em sua demonstração financeira, a OHL Brasil divulgou que investirá neste ano R$ 1,062 bilhão nas rodovias estaduais e federais que administra. No ano passado, a concessionária destinou a estes ativos investimentos de R$ 786,9 milhões, dos quais R$ 129,4 milhões foram desembolsados no último trimestre. De todo o orçamento projetado para 2010, cerca de R$ 880 milhões irá para as rodovias federais.