Petróleo: segundo a Opep, esse excedente foi de 2,52 milhões de barris diários (mbd) no primeiro trimestre (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2016 às 09h54.
A oferta mundial de petróleo continua sendo estruturalmente superabundante, informa a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) em seu relatório mensal publicado nesta quarta-feira, quatro dias antes de uma reunião de países produtores em Doha para decidir a redução deste excedente.
"A superabundância da oferta persiste e as reservas continua sendo altas", afirma o cartel de 13 países, que produzem um terço do petróleo mundial.
Segundo a Opep, esse excedente foi de 2,52 milhões de barris diários (mbd) no primeiro trimestre.
O petróleo fechou no maior valor do ano nesta terça-feira, estimulado por versões de um possível acordo entre a Arábia Saudita e a Rússia para estabilizar a oferta.
O barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em maio subiu 1,81 dólares a 42,17 dólares, preço que não chegava desde novembro.
Em Londres, o preço do barril de Brent para entrega em junho também fechou no maior valor alto do ano ao subir 1,86 dólares, a 44,69 dólares.
Os preços, que já têm registrado alta há uma semana, subiram ainda mais depois que a agência russa Interfax disse que Riad e Moscou, os maiores produtores mundiais, chegaram a um consenso para fixar um teto à oferta, disse em nota, Tim Evans, da Citi.
Esse dado, não confirmado oficialmente, alimentou a esperança de que no domingo os grandes exportadores mundiais de petróleo, incluídos Rússia e Arábia Saudita, fecham um acordo em Doha para congelar a produção e reduzir a ampla oferta que castiga os preços há um ano e meio.
A partir de agora, a confiança parece voltar e os investidores se voltam para a reunião de Doha, no domingo, segundo Mike Lynch da consultoria Strategic Energy & Economic Research.
"O sentimento geral é que se busca determinar um teto, mas, francamente, temo que isso seja exagerado", advertiu.
Esse sentimento de cautela é compartilhado por muitos observadores que alertam para um novo recuo dos preços se a reunião de Doha for infrutífera.